Marco Antônio Soalheiro
Enviado especial
Boa Vista - Em companhia do líder dos arrozeiros, Paulo César Quartiero, o deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR) fez hoje (1º) duras críticas à movimentação dos agentes da Polícia Federal no sentido de promover a retirada dos produtores da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.“A atuação da Polícia Federal é desastrosa em relação à maneira como lida com as pessoas – não só com os arrozeiros, pois existem famílias que estão lá há séculos, crianças e mulheres”, disse Junqueira em entrevista à Agência Brasil.Segundo o deputado, um documento assinado por toda a bancada federal de Roraima será encaminhado ao ministro da Justiça, Tarso Genro, para solicitar ao governo aguardar que a questão seja decidida no mérito pelo Supremo Tribunal Federal. “Ainda existem ações pendentes. O Supremo até hoje só se posicionou liminarmente. É uma situação complexa que demanda necessidade de discussão no pleno”, argumentou. Para Junqueira, a forças políticas estaduais vão deixar de lado diferenças partidárias para defender o direito dos roraimenses que produzem na terra indígena. “Os roraimenses estão armados de ideais, sonhos e convicções, enquanto a Polícia Federal está armada de metralhadora, fuzil e granada”, comparou. Na semana passada, o parlamentar foi alvo de uma recomendação da Procuradoria Geral da República para que não produzisse filmagens dentro da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Junqueira disse ter recebido o comunicado com surpresa e se nega a cumprí-lo.“Levo minha assessoria para resguardar minha integridade física, já que alguns agentes da Polícia Federal não respeitam a nossa condição de parlamentar”, justificou o deputado, que alegou ter sido chamado de “boiola” pelo delegado da PF Romero Fernando Teixeira.Durante toda a tarde de hoje (1º) a reportagem tentou contato com Teixeira, responsável pelas ações da operação em curso, mas não houve retorno para os recados deixados na Superintendência da PF em Boa Vista.