Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A CPI da Pedofilia noSenado vai convocar os representantes da Google no Brasil paraprestarem esclarecimentos sobre os crimes de abuso sexual de criançasdivulgados no site de relacionamentos Orkut, pertencente àempresa. “Eles foramconvidados, e foram até cordiais num primeiro momento, masdepois se esquivaram”, disse o presidente da CPI, senador MagnoMalta (PR-ES). “Se eles nãovierem como convidados, virão como convocados. E se nãovierem como convocados, virão debaixo de vara, porque éisso que diz a lei”, afirmou Malta, ressaltando que a Google temfilial no Brasil e não pode se negar a obedecer decisõesjudiciais e à convocação da CPI sob a alegaçãode que os provedores do Orkut estão hospedados nos EstadosUnidos, como tem feito. O foco da CPI se voltoupara a Google depois que o presidente da organizaçãonão governamental SaferNet – que monitora e denuncia crimesna internet –, Tiago Tavares, apresentou hoje (2) relatóriodemonstrando que 90% das denúncias recebidas pela ONG sãodas páginas do Orkut. Segundo Tavares, apesarde o provedor (a Google) retirar as páginas do ar, seusdirigentes se negam a entregar o material contido nelas parainvestigação, o que, segundo ele, gera a impunidade dosenvolvidos. “Vira uma briga degato e rato. Eles retiram e os criminosos criam outras. Por issocresceu em mais de 100% o número de páginas denunciadasno primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmoperíodo do ano passado”, disse Tavares. Procurada, a assessoriade imprensa da Google, em São Paulo, afirmou que a empresa nãoestá se pronunciando sobre o assunto. O presidente daSaferNet também denunciou que nenhuma política públicade combate à pedofilia na internet vem sendoimplementada pelo governo federal desde 2005. “O Plano Nacional deEnfrentamento à Pornografia Infantil e à Pedofilia naInternet simplesmente foi engavetado. Nenhum outro tipo de políticafoi criado também”, afirmou.