Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador ÁlvaroDias (PSDB-PR) admitiu hoje (2) que tomou conhecimento do dossiêcom as contas dos cartões corporativos do ex-presidenteFernando Henrique Cardoso antes de ser divulgado pela imprensa na semana passada. Ele ressaltou, no entanto, quedesconhece o autor do vazamento do documento à imprensa. Um debate duro entreoposição e governistas foi travado hoje no plenárioapós o anúncio de uma nota publicada no blog dojornalista Ricardo Noblat, de que o parlamentar tucano seria o autordo vazamento do documento.Ao tomar conhecimentoda nota, o senador Tião Viana (PT-AC) pediu a ÁlvaroDias que desse explicações sobre o seu conteúdo.O senador tucano afirmou que não discutiria se o documento foivazado pela oposição. "Na segunda-feira(31) afirmei que tinha o dossiê. Eu vi e outros viram",disse.O líder dogoverno no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que ainformação de que alguém de dentro do Paláciodo Planalto teria retirado informações do banco dedados da Presidência "mostra que o governo foi vítimae não algoz", no episódio."Existe [nobanco de dados da Presidência da República] materialsigiloso e material não sigiloso. Material não sigilosopode circular a vontade. Material sigiloso não pode circular,é crime. Subtrair esse tipo de informação éespionagem, e o que estamos vendo é que houve espionagem paraatacar o governo e atacar politicamente a ministra Dilma [Rousseff,da Casa Civil]", afirmou Jucá.No debate em torno daquestão, os governistas seguiram a mesma linha de Jucá,de que o governo foi vítima de espionagem. Já aoposição, insistia na tese de que o que importa éo conteúdo das informaçõese não a discussão do autor do vazamento dasinformações.