Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Discutira atual situação endêmica de dengue no país – sobretudo no estado do Rio de Janeiro – deveincluir "uma avaliação do real estado" em que funciona oSistema Único de Saúde (SUS). "É ver como o SUS evolui e quais as suas previsões", afirmou hoje (1º) Jurandi Frutuoso, secretário executivo do Conselho Nacional de Secretarias Estaduais deSaúde (Conass).Ele participou de audiência pública no Senado para discutir o controle da dengue, da malária e da febre amarela. E alertou que além do Rio de Janeiro, a situação em outros estados vem se agravando nos últimos 20anos. Um dos problemascentrais, segundo Frutuoso, é a falta de investimento públicopara a área da saúde: “O Brasil tem um sistema quepretende ser universal mas que não tem financiamentoadequado.” De cada R$ 100 gastos com saúde no Brasil, contou, apenasR$ 48 provêm dos cofres públicos. “É um sistemaeminentemente privado e que pode estar agonizando”, disse.
Integrante do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Marcos Franco, de Ubatuba (SP), lembrou na audiência público que pouco mais de 30% dos municípiosbrasileiros aplicam mais de 20% dos recursos próprios em saúdepública. Ele destacou que a falta deinvestimentos e o saneamento considerado “insuficiente”, possibilitam a proliferação doAesdes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. “Oscriadouros de hoje são muito diferentes e continuam a semultiplicar quantitativamente e qualitativamente. É precisoincorporar essas novas mudanças em nossas estratégias”, disse.