Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador RaimundoColombo (DEM-SC) ameaçou hoje (1) deixar a presidênciada CPI das ONGs, caso os requerimentos para quebras de sigilo eoutras investigações continuem sendo barrados pelabancada governista na comissão. “Eu acho que ainvestigação é um elemento fundamental na CPI, ese nós não conseguirmos fazer isso ela fica prejudicadana sua conclusão. E eu não vou ser parceiro de umfracasso”, afirmou o senador. Colombo deu asdeclarações após uma sessão da CPI em queapenas seis requerimentos dos 41 apresentados foram aprovados. Osoutros 35 foram rejeitados ou retirados da pauta para serem votadosnovamente na próxima reunião, que ainda não temdata marcada. Os requerimentos quepediam a quebra do sigilo e o detalhamento das movimentaçõesfinanceiras atípicas da Fundação deEmpreendimentos Científicos e tecnológicos (Finatec) –entidade envolvida no escândalo da decoração doapartamento ocupado pelo reitor da Universidade de Brasília(UnB) – foram retirados da pauta pelo presidente da CPI para quenão fossem rejeitados. O relator da comissão,senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), se posicionou contra todosos requerimentos. Ele alegou que a CPI deve buscar todos os outrosmeios de investigação e a quebra de sigilo deve ser oúltimo recurso a se recorrer. “O problema éque querem começar logo quebrando o sigilo. Quer dizer, 'eunão quero nem saber se tem alguma irregularidade, eu queroquebrar o seu sigilo'. Isso é uma situaçãoinvertida”, declarou Inácio Arruda.Entre os requerimentosaprovados está o que pede a transferência dos documentosapreendidos pela Polícia Federal durante a operaçãoRodin, que desarticulou uma organização que desviavarecursos de Detrans em todo o país com a ajuda de fundaçõesde apoio universitárias e empresas administradas por laranjas,e a solicitação ao Conselho de Controle da AtividadesFinanceiras (Coaf) das movimentações consideradasatípicas (acima de R$ 100 mil) de Jorge Lorenzetti, presidenteda ONG Unitrabalho.