Maioria dos empregos em atividades de turismo não tinha vínculo formal em 2005

19/03/2008 - 10h35

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Quase 60% dos postos de trabalho criados pelas atividades ligadas ao turismo no ano de 2005 não tinham vínculo formal, o que corresponde a 4,8 milhões de vagas. Desse total, 1,6 milhão correspondia a trabalhadores sem carteira assinada e 3,2 milhões a autônomos.A informação faz parte da pesquisa Economia do Turismo: uma Perspectiva Macroeconômica 2000-2005, divulgada hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do total de ocupações com vínculo formal, o setor de transporte rodoviário apresentou a maior participação, 34,4% do total, correspondendo a 1,1 milhão de postos de trabalho.Em seguida, vieram os serviços de alimentação, que responderam por 31,27%, com 1 milhão de vagas, e as atividades recreativas, culturais e desportivas, com 9,34%, ou seja, 309 mil postos.Com relação ao total de rendimentos, as Atividades Características do Turismo (ACT) pagaram um montante de R$ 52,9 bilhões, que representou 8,84% do total pagos pelo setor de serviços e 6,14% do total pago pela economia brasileira em 2005.Segundo o técnico responsável pela pesquisa, Guilherme Telles, a participação do valor adicionado do total das atividades ligadas ao turismo apresentou um comportamento semelhante ao da economia como um todo. O valor adicionado corresponde ao total gerado na economia depois de pago o consumo de produção."As variações observadas de 2000 até 2005 não são relevantes ou significativas a ponto de apresentarem um comportamento único para estas atividades. Elas são do setor de serviços e bastante integradas à economia brasileira", avaliou.  Guilherme Telles disse, no entanto, que entre 2002 e 2004 houve uma redução na participação dessas atividades no valor adicionado da economia. "Houve um crescimento das ACT, mas um pouco menor que o da economia brasileira. Mas no ano de  2005, esse valor adicionado apresentou uma taxa de crescimento maior que o da economia brasileira", complementou.