Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise gerada pelas hipotecas imobiliáriasde alto risco (subprime) nos Estados Unidos não deveráter reflexos negativos sobre o turismo no Brasil. A afirmaçãoé da presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur),Jeanine Pires, que se baseou em balanço preliminar daOrganização Mundial do Turismo (OMT) para fazer aanálise.“Eles acreditam que, por enquanto, não háimpactos sobre as viagens internacionais. Para eles, esse é umtema localizado e que não tem impacto”. Segundo Janine, a Embratur compartilha dessa avaliação. Ela participouhoje (19) de encontro com empresários da Câmara deComércio Americana do Rio de Janeiro.
A presidente da Embratur admitiu quea desvalorização do dólar beneficia o turistabrasileiro nas viagens ao exterior, mas, em contrapartida, descartouque a questão cambial esteja afugentando o turista estrangeirodo país. “Não é que esteja afugentando. Éque, aí, você está entrando numa questãode competitividade e de preço”, argumentou.
Jeanine Pires explicou que, com asaída da Varig do mercado, o Brasil passou por um períodocrítico em termos de turismo, em que houve reduçãona oferta de assentos. Esse período, de acordo com ela, seestendeu de julho de 2006 até outubro de 2007. “Agora éque nós estamos respirando e começando a recuperar aoferta de assentos internacionais. Isso é que teve o maiorimpacto no nosso negócio na vinda de estrangeiros”, afirmou.
Ela enfatizou que a desvalorizaçãodo dólar não se dá só em relaçãoao real, mas também em relação às demaismoedas. “Então, se a gente está mais caro, os nossosconcorrentes também estão mais caros. É umfenômeno mundial que a gente tem que considerar nesse cenário”,destacou Jeanine.
Ela considerou fundamental aindaque, do ponto de vista empresarial, o país possa efetuarnegociações em outras moedas, como o euro na UniãoEuropéia. “Ou seja, encontrar outras alternativas para, emcada mercado, você poder negociar em outras moedasdiretamente”.