Lula reclama de informações desencontradas sobre o PAC

19/03/2008 - 19h40

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente LuizInácio Lula da Silva reclamou hoje (19) que ainda existemproblemas na transparência das ações do Programade Aceleração do Crescimento (PAC), em especial porqueexistem "informações desencontradas" nosministérios e por causa de questões culturais quetravam a máquina pública.A declaraçãofoi em discurso durante reunião, no Palácio doPlanalto, na qual ele saudou os servidores de Executivo diretamenteenvolvidos na implantação do PAC, tanto no ConselhoGestor, coordenado pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff,quanto nos conselhos dos ministérios.O presidente disse quequando se procura informações junto a três fontesdo mesmo ministério é provável se obter trêsnúmeros diferentes sobre o mesmo projeto. Ele afirmou que apartir de agora só vai mencionar números de obras einvestimentos anunciando qual o ministro que deu a informação,porque o presidente, segundo ele, não pode passar pormentiroso.O presidente reclamouque em alguns casos o ritmo dos trabalhos "fica a desejar".Mencionou como exemplo o cancelamento de uma viagem que faria àCuritiba para inaugurar um programa de habitação esaneamento gerenciado pela Caixa Econômica Federal (CEF),porque a obra não ficou pronta a tempo, “mesmo com o PACdispondo de recursos e de vontade política”.Ele ressaltou, porém,que os problemas de atraso de obras são hoje "bem menoresque no primeiro mandato, quando os métodos e burocraciasatrapalhavam mais. Era um tal de cada um passar responsabilidade parao outro, e o prejudicado era o país todo".“É impensávelque a gente possa viver construindo um país em que as maisdiferentes células da máquina pública nãoconversem entre si”, disse o presidente. De acordo com Lula,todos os membros do governo devem se engajar, porque "o PAC nãoé do presidente, nem dos ministros, mas sim um projeto para opaís, para nossos filhos e netos".Ao final da solenidadefoi realizada uma reunião ministerial, na Casa Civil, para umaavaliação dos gargalos na construção deusinas hidrelétricas e exploração de minérios.Participaram da reuniãoos ministros Edison Lobão, de Minas e Energia; Marina Silva,do Meio Ambiente; e Tarso Genro, da Justiça, além dedirigentes da Petrobras, Eletrobrás e da Empresa de PesquisaEnergética. O encontro nãofoi conclusivo e nova reunião será realizada na próximaterça-feira (25) com o mesmo grupo.