Jorge Hage contesta quem considerou "um escândalo" gasto com mesa de sinuca

19/03/2008 - 13h22

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, defendeu hoje (19) o gasto com cartão corporativo feito pelo Ministério das Comunicações com o conserto de uma mesa de sinuca e contestou aqueles que divulgaram o fato como "um escândalo". Segundo ele, a mesa era patrimônio do ministério e servia para o lazer de funcionários."Entendo como legítimo que o ministério cuidasse do patrimônio público. Essa mesa é patrimônio adquirido há anos para o lazer dos motoristas e outros funcionários modestos na garagem ministério. Não é justo gastar dinheiro para o lazer dos motoristas?", perguntou. "Eu acho justo", respondeu.Ele acrescentou que não foi uma "compra" de mesa de sinuca, mas "um pequeno reparo". "Entendo que o caso foi divulgado como um grande escândalo, mas eu contesto. É legítimo usar dinheiro público para essa finalidade", disse.Mas o ministro não respondeu quando o deputado Vic Pires Franco (DEM-PA) questionou que o gasto tenha sido pago com cartão corporativo. "Esse não é um gasto urgente. Ninguém está morrendo porque não está jogando sinuca", disse.Jorge Hage classificou de "preconceituosa" a denúncia contra o ministro dos Esportes, Orlando Silva, que gastou R$ 8 numa tapiocaria em Brasília com cartão corporativo."Se tivesse sido um sanduíche do Mac Donald's não teria tido esse grande apelo", disse. Hage lembrou, no entanto, que o problema da denúncia contra o ministro é que não se pode pagar alimentação com cartão corporativo na cidade em que a autoridade mora, como é o caso de Orlando Silva."Se o ministro tivesse pago um sanduíche Mac Donald's em São Paulo, Salvador ou qualquer lugar, alguém iria questionar? Era alimentação com viagem. O problema é que foi em Brasília, não pode pagar despesa com alimentação em Brasília", disseHage disse que está em estudo na CGU os gastos com alimentação de ministros pagos com cartão corporativo em Brasília. "Temos suspeitas sérias de que vamos encontrar por aí algo muito pior que uma tapioca de R$ 8 na rubrica alimentos e refeições pagas em Brasília", avisou.