Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O feriado da SemanaSanta atrapalhou as votações na Câmara dosDeputados. Nos três dias de sessão deliberativa, osdeputados só aprovaram, na noite de ontem (18), o textoprincipal da Medida Provisória 385, que trata da prorrogaçãodo prazo para o trabalhador rural autônomo requerer suaaposentadoria de um salário mínimo por idade. A aprovaçãodo texto principal ocorreu depois de mais de sete horas de obstruçãoda oposição. Na tentativa de votar os destaquesapresentados ao texto, o governo decidiu obstruir a sessão etransferir as votações para hoje (19). Como na sessãode hoje a presença de deputados já era pequena,novamente a votação dos destaques foi adiada para apróxima semana.Ao voltarem do feriado,na terça-feira (25), os deputados vão encontrar a pautade votações da Câmara trancada por 14 medidasprovisórias e um projeto de lei com urgênciaconstitucional vencida.A oposição,que obstruiu as votações no Plenário estasemana, promete continuar obstruindo os trabalhos de votaçãodas medidas provisórias até conseguir a manifestaçãodo governo no sentido de reduzir o número de MPs. A oposiçãoquer também que o governo ajude na aprovação daproposta de emenda à Constituição (PEC) quedisciplina o rito de tramitação das medidasprovisórias.O líder do PT naCâmara, Maurício Rands (PE), considerou a obstruçãoum exagero. Segundo ele, a oposição usa o argumento deque o governo tem editado MPs em excesso, mas “tenho um estudodemonstrando que no governo Fernando Henrique Cardoso a médiamensal de edição de medidas provisórias era de11 e no governo Lula caiu para cinco”. O líderreconhece, no entanto, que ainda é muito o número deMPs editadas pelo governo e defendeu que “haja uma auto-restriçãopor parte do governo”.