Para ONG, população não pode adotar "postura contemplativa" em relação a mudanças climáticas

18/03/2008 - 19h22

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A populaçãoprecisa estar atenta para os impactos das mudanças climáticase não pode adotar apenas uma “postura contemplativa” queem nada contribui para a melhoria de situações degraves. Essa é a avaliação do coordenador doInstituto Socioambiental (ISA), Márcio Santilli, responsávelpela realização de um seminário que irádebater os efeitos das alterações no clima sobre acidade de Manaus e a bacia do Rio Negro."A idéia écontribuir para que a população esteja informada,preparada e possa se organizar não apenas para reivindicar dosgovernos as medidas de políticas públicas necessárias,mas para que a própria sociedade possa se organizar da melhorforma e evitar que esses impactos sejam ainda mais danosos aoconjunto da população", declara Santilli que citaa seca de 2005 no Amazonas como exemplo de um acontecimento ambientalde grave proporção causado por mudanças noclima.O evento, que teveinício hoje (18), tem o objetivo de consolidar respostaspráticas para questões emergenciais relacionadas aosprejuízos do efeito estufa e ainda preparar as populaçõese os governantes dessas áreas para reduzir as conseqüênciasnegativas desse fenômeno mundial. O seminário épromovido pelo ISA, em parceria com as Secretarias de Meio Ambientede Manaus (Semma) e do Amazonas (SDS). De acordo com aorganização do evento, a proposta é levar oseminário para outras cidades brasileiras. Neste primeiromomento, a escolha por Manaus e pela Bacia do Rio Negro como pontosiniciais da discussão decorre de suas localizaçõesno "coração" da Amazônia.Além disso,segundo os organizadores, estudos científicos apontam que seráo Norte do país a região mais vulnerável aoaumento da temperatura nos próximos anos, com indicaçõesde pelo menos cinco graus – para mais – na média datemperatura local."A Bacia do Rio Negro é umlaboratório importante para que possamos perceber essasmudanças que nos atingem de forma global. É preciso nosanteciparmos às previsões sobre aumento de temperaturana região porque as previsões científicasindicam para cá um número alto, que vai além donúmero previsto para o aumento da temperatura do Brasil comoum todo ", acrescenta Santilli.A secretária deMeio Ambiente de Manaus, Luciana Valente, reforça apreocupação de Santilli e diz que o aumento datemperatura é um dos impactos imediatos das mudançasclimáticas, sobretudo nas áreas urbanas. Para tentaramenizar esses efeitos e também impedir seus avanços nofuturo, o governo municipal implantou o Programa de ArborizaçãoUrbana que, desde 2005, promove o plantio, a distribuiçãode mudas de árvores e a criação de áreasprotegidas para manutenção. Além disso,de acordo com a secretária, o programa possui um componente deplanejamento de Políticas Públicas de longo prazo, noqual estão sendo identificados os "gargalos" queimpedem a arborização urbana. "A idéiaé estabelecer regras de uso e ocupação do solopara possibilitar que a arborização seja incluídaem todo e qualquer projeto de expansão da cidade e de obrasviárias para que não haja no futuro problemas quelimitem a arborização nas vias públicas deManaus", ressalta Luciana.O Seminário Impactosdas Mudanças Climáticas sobre Manaus e a Bacia do RioNegro vai de hoje (18) até a próxima quinta-feira(20) em Manaus. Participam do encontro cientistas, pesquisadores,estudantes, representantes de instituições públicase privadas, além de outros convidados para o evento.