Indicação de Palocci para relatar reforma tributária não encontra resistências

18/03/2008 - 20h22

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A indicaçãodo deputado Antonio Palocci (PT-SP) para relatar a proposta dereforma tributária na comissão especial da Câmaranão encontrou resistências. A oposição nãoimpôs restrição, e entende que Palocci terácondições de relatar a reforma pela experiênciaque adquiriu como ministro da Fazenda.Outro nome da basealiada do governo que está disputando a relatoria da matériaé o deputado Sandro Mabel (PR-GO). Ele disse que conta com oapoio de cinco partidos da base aliada - PMDB, PR, PP, PTB e PSC -,além de ter bom trânsito nos partidos de oposição."Não estoudisposto a abrir mão da relatoria. Mas se acharem que émelhor o Palocci, é uma decisão que vai se tomar. Ogoverno pode tomar a decisão que quiser e o presidente daCâmara também", disse Mabel. Cabe ao presidente daCâmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), escolher o relatorda reforma tributária nacomissão especial.O líder do PSDB,deputado José Aníbal (SP), reconheceu que o ex-ministro temexperiência. "Essa é uma decisão que, peloregimento da Câmara, cabe ao partido indicar. Eu espero queseja a melhor indicação. Vamos acatar. O tempo dirácomo será sua atuação". O líder do DEM,Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que nãoiria discutir o mérito da indicação, mas a formada escolha. "Não houveconversa coma a oposição. Primeiro, queremos discutiros procedimentos. Queremos negociar. É muito cedo para falarem relatoria. Só depois de votada a admissibilidade pela CCJ[Comissão de Constituição e Justiça]é que o governo e a oposição devem sentar paradiscutir nomes para a presidência e relatoria da comissão",defendeu.Para o líder doPPS, deputado Fernando Coruja (SC), "quem já foi ministroda Fazenda tem condições de ser relator da reformatributária". O líder do PDT,Vieira da Cunha (RS), disse que Palocci é um nome que reúnetodas as condições para relatar a reforma tributária."Ele foi ministro da Fazenda, tem conhecimento de causa e, porcerto, fará um trabalho a altura da responsabilidade do cargode relator".Embora tenha indicado onome do ex-ministro para a relatoria da reforma tributária, olíder do PT, Maurício Rands (PE), disse que éfavorável ao diálogo com a oposição sobrea indicação da presidência e da relatoria. "Essareforma não é nem do governo nem da oposição.Ela é do Estado, então eu querodialogar com a oposição", disse.Segundo ele, a bancadado PT apresentou o nome do deputado Antonio Palocci por váriosmotivos: pelo reconhecimento do trabalho que ele fez quando ministroda Fazenda; do grande trânsito que tem no Congresso, nasbancadas da base e da oposição e também nossetores produtivos e na sociedade civilorganizada.Ao ser questionado pelaimprensa se o PT abriria mão da indicação doex-ministro para o cargo, o líder afirmou: "O PT nãotem nenhuma posição de intransigência. Eleapresenta o nome de Palocci por ter não só ele, masoutros quadros que estão devidamente habilitados a fazer otrabalho de articulação, de diálogo e deconstrução de consenso sem o qual a reforma tributárianão será aprovada".