Priscilla Mazenotti e Roberta Lopes
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Na próxima semana, o presidente da Comissão de Relações Exteriores no Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), deve se encontrar com o embaixador da Espanha no Brasil, Ricardo Peidró, para discutir a situação dos brasileiros que ficaram retidos no aeroporto de Madri e tiveram que deixar o país. O primeiro grupo de repatriados chegou hoje (7) ao Brasil. O embaixador encaminhou carta a Heráclito Fortes se colocando à disposição para prestar os esclarecimentos necessários. "Esse incidente tem de ser resolvido de forma equilibrada. Não podemos transformá-lo numa questão que inviabilize o nosso fluxo de turismo", disse o parlamentar.O senador afirmou que, apesar de a União Européia ter regras definidas para o ingresso de estrangeiros, não se pode constranger ou maltratar os viajantes. "Os critérios precisam ser examinados na hora da partida, mas o que me parece, nesses casos concretos, é que a polícia se nega a dialogar e deixa as pessoas ali por horas e horas. É preciso que não haja constrangimento porque o constrangimento é o que choca", comentou.Entretanto, na carta encaminhada à comissão, o embaixador espanhol negou que os estrangeiros não admitidos no país estejam detidos ou presos. "São completamente livres para sair do país a qualquer momento. A espera se produz unicamente pela falta de lugares disponíveis em vôos de regresso ao aeroporto de origem. Nada impede que estes viajantes procurem passagens aéreas para outros destinos fora do espaço europeu", diz o documento.Heráclito Fortes ainda considerou uma "coincidência oportuna" o fato de alguns espanhóis terem sido barrados no Aeroporto de Salvador ontem. "Não quero crer que tenha sido premeditado, mas serviu para mostrar à Espanha o tanto que é desagradável uma pessoa chegar ao país e ser mandada de volta."O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Marcondes Gadelha (PSD-PB), disse que na próxima terça-feira (11) irá à Embaixada da Espanha e que no dia seguinte se encontrará com o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, para discutir o assunto. “Estamos muito preocupados e achando que o problema vai além de um simples incidente diplomático”, avaliou. “Essa situação me estranha. Os espanhóis sempre trataram muito bem os brasileiros e a recíproca é verdadeira”, completou Gadelha.