Ainda é cedo para avaliar efeito de medidas para conter crise nos EUA, diz Meirelles

07/03/2008 - 15h47

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje (7) que ainda é cedo para avaliar como as economias dos países emergentes devem reagir às medidas adotadas pelo Banco Central norte-americano para tentar minimizar os efeitos da crise no mercado imobiliário dos Estados Unidos. A declarações foram dadas após Meirelles participar da reunião do Instituto de Finanças Internacionais."A situação nos Estados Unidos é motivo de preocupação. Algumas medidas foram anunciadas hoje pelo banco central americano para prover mais liquidez. Mas a grande expectativa é como os mercados emergentes, especialmente a China, vão reagir", disse Meirelles.Com relação ao Brasil, o presidente do BC disse que o país tem mais condições de enfrentar os efeitos da crise porque o mercado está sustentado na demanda doméstica e em fatores como balanço de pagamentos forte (sustentado pelas exportações e pelos investimentos estrangeiros diretos), reservas financeiras elevadas, superávit primário e inflação dentro das metas.Meirelles também afirmou os impactos da crise americana na economia brasileira já foram avaliados pelo Banco Central no relatório de inflação de dezembro, que projetou um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 4,5% para este ano, diante de estimativa de 5,2% para 2007.Hoje, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos anunciou o leilão de US$ 100 bilhões neste mês para garantir os empréstimos de curto prazo e permitir que os bancos norte-americanos consigam atender seus clientes. Esse valor representa US$ 40 bilhões a mais que o anunciado anteriormente.