Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em reunião extraordiária da Organização dos Estados Americanos (OEA), hoje (4), em Washington (EUA), o Brasil reiterou a disposição de continuar sendo um facilitador na busca de solução pacífica para a crise diplomática entre Colômbia e Equador. A intenção foi manifestada pelo representante permanente do Brasil na OEA, embaixador Osmar Chohfi, que em diversos momentos de sua intervenção, deixou claro queo governo brasileiro condena a ação colombiana. E, indiretamente,definiu como terrorismo a ação dos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).“O Brasil tem reiterado, em todos os foros dos quaisparticipa, seu total repúdio a todas as formas e manifestações doterrorismo, seja quais forem os pretextos alegados, bem como oentendimento brasileiro de que o combate ao terrorismo será tanto maiseficaz quanto mais ampla for a cooperação internacional na matéria”,disse Chohfi.O embaixador até mencionou ocompromisso (assumido pelos países da região na Declaração de SãoCarlos sobre a Cooperação Hemisférica para Enfrentar o Terrorismo deManeira Integral) de enfrentar o terrorismo em conformidade com osprincípios de igualdade soberana e integridade territorial dos Estados.Segundo a classificação da Organização das Nações Unidas (ONU), seguidapelo Brasil, a única organização definida como terrorista é a Al Qaeda.Sobre a investigação do ocorrido, Chohfi defendeu a criação de um grupo pelo fato de Equador e Colômbia terem versões diferentes para a ação militarcolombiana ocorrida emterritório equatoriano. “Apenas uma comissão de investigação, tal como prevê o artigo 87 da Carta [da OEA], tem condições de apurar o que ocorreu. Por isso é que recorremos à OEA”.Não houve qualquer menção a uma eventual participação mais ativa do governo brasileiro como mediador, por exemplo. “Dispomos, nesta organização, de vários dispositivos, instâncias e opções para dar início a um processo de solução de controvérsias”, ressaltou o embaixador.Chohfi também reafirmou a confiança brasileira em uma solução negociada, por meio de um diálogo “construtivo”, e defendeu a paz como condição indispensável para o desenvolvimento da América do Sul.“A estabilidade na região é condição imprescindível para permitir que todos possam concentrar e dirigir seus esforços a ações construtivas que conduzam à realização dos projetos de desenvolvimento nacional, não a atos que nos desviem da integração e da consolidação de um espaço sul-americano próspero e livre de tensões e de conflitos em todas as dimensões”, ponderou, em defesa do projeto de integração continental – um dos temas centrais da agenda de política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.A reunião extraordinária da OEA foi solcitada no último domingo pelo Equador, diante da ofensiva armada colombiana em território equatoriano. Ontem, a representação colombiana se dirigiu ao Conselho Permanente do organismo, pedindo que fosse incluído na reunião extraordinária um chamado da Colômbia para que os Estados cumpram com seus compromissos na luta contra o terrorismo.