Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O promotor de Justiçado Ministério Público do Distrito Federal e Territórios(MPDFT) Gladaniel Palmeira de Carvalho defendeu hoje (4) a revisãono modelo de fundações de apoio às universidadespúblicas. “Esse sistema precisapassar por uma urgente reforma. Do Acre ao Rio Grande do Sul, essasfundações não contribuem para a pesquisa e paraas universidades. Vemos isso na dificuldade dos pesquisadores emdesenvolver suas pesquisas em todo o país”, disse emdepoimento à Comissão Parlamentar de Inquéritodas Organizações Não-Governamentais (CPI dasONGs) no Senado.O promotor é um dos responsáveis pela investigação das denúncias de desvio de recursos da Fundaçãode Empreendimentos Científicos e Tecnológicos(Finatec), ligada à Universidade de Brasília (UnB). O desvio de finalidadefoi o principal fator apontado como falho na administraçãodas fundações, já que, segundo ele, deveriamservir de apoio à universidades mas atuam como empresas,inclusive utilizando o espaço público para odesenvolvimento dessas atividades empresariais.Gladaniel disse que asfundações além de burlarem o princípio dalicitação, promovem subcontratação e seenvolvem “em esquemas ilegais para beneficiarem prefeituras, órgãosfederais e empresas”.“Temos aí umsistema de manifesto caixa-dois, com apropriação dopatrimônio público para beneficiar pessoas”, afirmou.A CPI deve ouvir aindahoje o reitor da Universidade de Brasília (UnB), TimothyMulholland. O presidente afastado do Conselho Superior da Fundaçãode Empreendimentos Científicos e Tecnológicos(Finatec), Antônio Manuel Dias Henrique, também foichamado para prestar depoimento, mas comunicou à CPI queacompanha a irmã em uma cirurgia em São Paulo.