Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Peru, Alan García, defendeu a união de países latino-americanos para ajudar a diminuir a tensão entre Colômbia e Equador. Segundo ele, também é necessário que se definam, de forma urgente, canais de cooperação entre governos na luta contra grupos que vivem às margens da lei. As informações são da agência argentina Telam.Ontem (3), o governo do Equador rompeu relações diplomáticas com a Colômbia. A crise entre os dois países se deve à uma operação da Colômbia em solo equatoriano, no último sábado (1º), em que o porta-voz e número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs), Raúl Reyes, foi morto. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, convocou uma sessão extraordinária para discutir hoje (3) à tarde a crise entre Colômbia e Equador. Para o presidente peruano, também será preciso estabelecer mecanismos de colaboração entre os países membros diante do terrorismo e do narcotráfico.Na avaliação de García, é inaceitável que a Colômbia tenha entrado no território equatoriano para atacar guerrilheiros membros das Farc, mas também são “preocupantes” as denúncias do presidente colombiano, Álvaro Uribe, sobre vínculos entre o presidente do Equador, Rafael Correa, e a guerrilha.Outro ponto defendido por Alan Garcia é que na reunião da OEA deve ficar “claríssimo” o compromisso de cada país de não intervir na política interna do outro e de não emprestar seu território para um possível ataque a um país vizinho.O presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, manifestou a esperança de que a “delicada situação possa ser resolvida sem colocar em risco a paz e a estabilidade na região”.Duarte Frutos também assegurou que “o Paraguai reivindica a soberania das nações, a autodeterminação dos povos e condena toda agressão externa, toda a usurpação, todo o atropelo à soberania territorial”.O ex-presidente cubano Fidel Castro afirmou que “se escutam, com força, na América do Sul, as trombetas da guerra”, ao fazer alusão à crise entre ambas as nações em um editorial publicado ontem.O governo espanhol também pediu calma entre Colômbia, Equador e Venezuela e destacou que observa “com preocupação” a situação entre os três países.“A Espanha pede às partes para que resolvam suas diferenças utilizando os canais diplomáticos, por meio do diálogo, da cooperação entre vizinhos e da boa fé”, defendeu o Ministério de Relações Exteriores espanhol, em comunicado divulgado ontem.