Governo brasileiro propõe comissão para investigar ação da Colômbia no Equador

03/03/2008 - 18h16

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo brasileiro propôs hoje (3) ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, a criação de uma comissão de investigação para apurar a ação militar da Colômbia em território equatoriano. A proposta será analisada amanhã, em uma reunião extraordinária da OEA.De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o Brasil também defende que Insulza visite os dois países. Em entrevista coletiva, Amorim disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já conversou, por telefone, com os presidentes da Colômbia, Álvaro Uribe, e do Equador, Rafael Correa.Segundo o ministro, Uribe reconheceu a invasão territorial e afirmou ter pedido perdão por essa ação militar, que considera justificada. De acordo com Amorim, o pedido de desculpas não foi aceito e Correa teria rompido relações diplomáticas com a Colômbia na tarde de hoje."Não há dúvida que uma violação territorial é algo condenável", avaliou o chanceler brasileiro, para quem cabe ao país que comete a ação militar provar que estava diante de circunstâncias que atenuem a violação.A pedido do presidente Lula, Amorim já fez contato com chanceleres de outros países da América do Sul, que articulam uma forma de  mediação. "Passei as últimas 48 horas empenhado em buscar um ponto de convergência entre Equador e Colômbia."O conflito entre os dois países começou após uma operação militarna fronteira no último sábado (1º), quandoo porta-voz e número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes, teria sido morto pelo Exército colombiano em território equatoriano.