Débora Xavier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) deve divulgar no início desta semana um estudo econômico contestando a Portaria 376 do Ministério do Planejamento, que contém um demonstrativo da remuneração de cargos e empregos da Administração Pública direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo Federal. A informação é do secretário executivo da Condsef, Josemilton CostaDe acordo com nota do ministério, “a remuneração média das principais carreiras e da maioria dos quadros de pessoal dos órgãos da Administração Pública Federal dobrou entre o último ano do governo Fernando Henrique Cardoso e o início do segundo mandato do governo Lula”. Para Josemilton o demonstrativo do ministério não procede. “Não é correto pegar a média do Ministério da Fazenda, que tem 18 mil auditores fiscais que ganham até R$ 12 mil, somar com os 27 mil do Plano Geral do Poder Executivo (PGPE), que são os miseráveis do serviço público, e fazer uma média. Dessa forma, significaria que os PGPE estariam ganhando em média R$ 5 mil? Isso não é verdade”, contestou.O sindicalista adiantou que o estudo do Condsef irá mostrar a realidade dos engenheiros, médicos e economistas do serviço público federal. “Tem médico do Ministério da Saúde ganhando R$ 3.200 mil enquanto no Judiciário alguns ganham R$ 24 mil”, afirmou.Segundo Josemilton, grande parte da administração pública com nível superior ganha abaixo de R$ 3 mil. “Na média, dá mesmo um salário razoável, de R$ 6 mil, mas não é a realidade da grande maioria da administração pública. Na verdade, o poder de ganho da grande massa dos servidores vem caindo, apesar de alguns implementos nos salários, mas estão longe de recompor as perdas históricas”, afirmou.Josemilton informou que "os grandes salários do governo Fernando Henrique", continuam recebendo “incrementos superiores”. Na sua opinião, o governo deveria corrigir as distorções que mantêm os salários achatados, e depois criar uma política que dê reajuste linear para todos. O secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, não quis falar sobre o demonstrativo das remunerações. Por meio de sua assessoria, comunicou que o “momento político não é bom para falar”.