Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, (Mdic) Ivan Ramalho, e o secretário da Indústria da Nação do Governo Argentino, Fernando Fraguío, afirmaram hoje (3) que o próximo acordo automotivo entre Brasil e Argentina deve ter prazo de validade mais longo que os anteriores. Pactos bilaterais já firmados entre países têm vigorado por um ou dois anos. Entretanto, segundo eles, o próximo acordo deve valer por cinco anos.“Estamos de acordo [Brasil e Argentina] de que, a partir de agora, devemos negociar programas com períodos mais longos de duração. O prazo de um ano inibe a atração de investimentos”, afirmou Ramalho. Ele concedeu entrevista coletiva concedida após a primeira reunião do comitê que discute a renovação do atual acordo, que perde a validade no final de junho.“Não temos prazos definidos, mas já começamos a conversar em torno de um prazo de cinco anos, o que seria uma dilatação bastante grande com relação à forma como estamos trabalhando agora”, complementou.Segundo o representante do Mdic, o setor automotivo “tem um peso extraordinário” para a economia tanto do Brasil como da Argentina, assim como para o comércio entre os dois países. Por isso, o próximo acordo automotivo está sendo analisado atenciosamente em busca de benefícios para ambos os lados.Ramalho afirmou que Brasil e Argentina negociaram US$ 25 bilhões (cerca R$ 41,7 bilhões no câmbio de hoje) em mercadorias durante o ano passado. A expectativa é que, neste ano, esse valor suba para US$ 30 bilhões (R$ 50,1 bilhões). De acordo com ele, 40% do montante corresponde só à compra e venda de veículos e autopeças.O secretário do Mdic afirmou ainda que os dois governos vão se esforçar para que o novo acordo seja fechado antes de o atual expirar. Duas reuniões já estão marcadas para tratar do assunto: a primeira, no fim deste mês, em Brasília; e a segunda, no início do mês que vem, em Buenos Aires.