Elaine Patricia Cruz e Marli Moreira
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo - A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo não confirma a existência de grupos de extermínio na capital do estado, mas trabalha com todas as hipóteses nas investigações que estão sendo conduzidas pelo delegado Marcos Carneiro Lima, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Ontem (22), três policiais militares – dois cabos e um soldado –foram presos por suspeita de envolvimento na morte de duas pessoas e desete tentativas de homicídios, que teriam ocorrido em fevereiro do anopassado na zona norte da capital. Os nomes dos policiais não foramdivulgados porque ainda não há provas contundentes do envolvimentodeles nos crimes. Também não foi informado o material que foi apreendido com os presos. Nota da secretaria informou que os policiais ficarãodetidos, temporariamente, por 30 dias.À Agência Brasil, a SSP disse que “é preciso esperar as conclusões das diversas investigações tocadas pelo Departamento de Homicídio” para poder afirmar alguma coisa sobre a existência dos grupos de extermínio.Segundo o capitão Edson Roberto do Amaral, da corregedoria da Polícia Militar, a prisão temporária dos três policiais foi pedida para verificar se “houve algum desvio de comportamento, já que não houve nenhuma prova concreta contra eles”.Desde 25 de janeiro deste ano, os policiais do DHPP detiveram dez policiais militares de batalhões localizados na zona norte da capital. Todos eles cumprem prisão temporária no presídio militar Romão Gomes. Segundo o delegado Marcos Carneiro, nenhum desses policiais presos está sendo investigado pelo assassinato do coronel Comandante do Policiamento da Zona Norte da Capital, José Hermínio Rodrigues (ocorrido em janeiro), mas a hipótese não é descartada. Em nota, a secretaria afirma que “as cinco investigações que tramitam sobre esses detidos têm datas distintas” e que a primeira delas começou em janeiro de 2007.No sábado (16), quatro policiais foram presos no DHPP suspeitos de terem matado dois presos e forjado a participação destes numa chacina, que provocou a morte de três pessoas no ano passado.