Ministro do Supremo quer provas de que Lula se negou a dar dados do cartão corporativo

22/02/2008 - 18h38

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do SupremoTribunal Federal (STF) Celso de Mello deu dez dias prazo para o líderdo PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), apresentarprovas documentais de que o presidente Luiz Inácio Lula daSilva se recusou a fornecer ao Legislativo informaçõessobre gastos com cartões corporativos da Presidência daRepública.No despacho, Celso deMello diz que os documentos são essenciais para que dêprosseguimento ao mandado de segurança impetrado peloparlamentar com o objetivo de obrigar a Presidência a divulgarseus gastos com os cartões. Arthur Virgílio deu entradacom o mandado no Supremo no dia 13 último.Na mandado, o senadorafirma que a recusa de Lula em divulgar os gastos com os cartõesocorreu por meio de decisões tomadas pela Casa Civil, peloGabinete Pessoal e pelo Gabinete de Segurança Institucional daPresidência da República, que caracterizaram estesgastos como sigilosos.O ministro do STFexplica no seu pedido que decisões tomadas por órgãosda Presidência não podem ser atribuídas, porconseqüência, ao Presidente da República, salvo coma comprovação documental.Diante da decisãodo ministro, Arthur Virgílio afirmou que “usará muitobem” o prazo estabelecido. “Vamos coligir [reunir] todasas evidências e apresentá-las ao ministro”.A maior evidênciada negativa de Lula em fornecer os dados, segundo o senador, estáem declarações feitas em entrevista coletiva pelaministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e pelo ministro-chefe doGabinete de Segurança Institucional, Jorge Félix.“Eles declararam queos gastos do presidente não podiam ser abertos por se tratarde segurança nacional”, disse o líder do PSDB.