Presidente francês promete abertura econômica e política com Brasil

17/02/2008 - 13h29

Alex Rodrigues
Enviado especial
Macapá - Em encontro na terça-feira (12) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou que sua política é de “abertura em direção ao Brasil”, e que embora a França vá combater duramente o tráfico, está disposto a “rever todas as regras” relativas ao trânsito de pessoas e mercadorias na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa. Ao responder se os brasileiros passarão a receber outro tipo de tratamento após a construção da ponte sobre o Rio Oiapoque, que permitirá a ligação rodoviária entre Macapá (AP) e a capital guianense, Caiena, Sarkozy defendeu a importância do Brasil e dos brasileiros para a economia do território ultramarino francês. “Eu disse aos nossos amigos da Guiana Francesa que eles devem olhar para o Brasil e não apenas ficar de olhos voltados para a França. O desenvolvimento econômico guianense passa pela colaboração e abertura em direção ao Brasil”.Os brasileiros que querem entrar na Guiana Francesa pagam mais de R$ 200 pelo visto de entrada, enquanto os franceses apresentam apenas o passaporte para cruzar a fronteira com o Brasil. Os produtos brasileiros exportados têm de ser enviados em contêineres e receber um selo de aprovação da União Européia.“Cada país tem seus problemas e eles exigem a colaboração entre Brasil e França para encontrarmos as soluções”, declarou Sarkozy. “As coisas têm de ficar claras. Seremos extremamente firmes e determinados em relação a todos os tipos de tráfico, mas a política francesa é de abertura em direção ao Brasil. Por outro lado, eu não sou contra a manutenção da cobrança da entrada. Com um sistema assim, estamos complicando a vida daqueles que querem fazer negócios ilegais”, defendeu.Para o presidente francês, com a ponte, orçada em cerca de R$ 38,6 milhões – o investimento será divido igualmente entre os dois países –, "poderemos reforçar a colaboração e trabalhar conjuntamente contra todo tipo de tráfico”.O presidente Lula mostrou-se otimista sobre a capacidade de os problemas fronteiriços serem resolvidos por meio da diplomacia. “Nada mais justo do que nossos ministros de Relações Exteriores começarem a propor a necessidade de mudar acordos já existentes e que, com o passar dos anos, produziram algumas deficiências. Penso que quando começarmos a construir a ponte, ainda neste ano, a diplomacia já terá construído um esboço de acordo que possa evitar qualquer problema no trânsito de franceses ou brasileiros”.