Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Adiminuição no número de homicídios no Entorno do DistritoFederal não depende apenas do policiamento ostensivo, poisenvolve outros fatores, como o combate ao tráfico de drogas eações sociais. A avaliação é docoronel da Polícia Militar de Goiás, WeligtonRodrigues, que comanda o trabalho conjunto da Força Nacionalde Segurança e da polícia goiana.“A reduçãode crimes como furto e roubo se caracteriza pela açãopreventiva, ou seja, mais policiais na rua. Já a questão dohomicídio tem outras faces. Simplesmente o policiamentoostensivo não vai resolver. Mas a questão desseshomicídios vem de fora para dentro, é uma questãodo tráfico de drogas que chega à região”,alega Rodrigues, em referência às estatísticas decriminalidade na região após a chegada das tropas.De acordo com balançoda PM de Goiás, nos quatro municípios do Entorno onde aForça Nacional atua desde 19 de outubro (Luziânia,Valparaíso, Cidade Ocidental e Novo Gama), as ocorrênciasde furtos e roubos foram reduzidas em cerca de 40%. O númerode assassinatos, no entanto, aumentou 2% e o de casos de tentativa dehomicídio subiu 33,3%, na comparação entre oúltimo trimestre de 2006 e de 2007.Segundo a PM, nosúltimos três meses de 2006, foram registrados 49homicídios e 33 tentativas de homicídios nas quatrocidades. No mesmo período de 2007, foram 50 e 44,respectivamente.Para Rodrigues, ocombate à criminalidade exige ações nãoapenas no Entorno, mas um esforço conjunto com outros estadose até com países que fazem fronteira com o Brasil. “Nãose ouve falar de plantação de coca no Brasil, entãoessa situação tem que ser contida nas nossasfronteiras, e não aqui na região. Aqui já éuma conseqüência”, afirma.O coronel defende aindaações sociais para conter a violência na região.Ele considera iminente o problema social do Entorno: “Há umafalta de estrutura geral de que todos têm consciência.”A escolha das quatrocidades para receber a Força Nacional, explica Rodrigues,baseou-se na estrutura local para a atuação das tropase no contingente populacional. Isso, segundo ele, porque apenas cercade 150 policiais, dos 500 solicitados, foram enviados àregião. O índice de ocorrências também foilevado em conta.“O critériofoi eminentemente técnico. Pegamos uma populaçãode 800 mil habitantes próxima a Brasília, em municípiosonde tivemos uma facilidade maior para instalar a base de trabalho", justifica o coronel da PM. “Para os municípiosmais distantes, infelizmente, fica inviável deslocar as tropastodos os dias para fazer operações. Por isso, nosestabelecemos no Entorno ao sul do DF, onde se concentra o maioríndice de ocorrências.”Segundo o Mapa daViolência dos Municípios Brasileiros 2008, divulgado nomês passado, dos 21 municípios do Entorno, dez estãona lista das 556 cidades com as maiores taxas médias dehomicídios do país. O município da regiãoque lidera o ranking de assassinatos é Luziânia, ondefica a base das tropas.