Moradores do Rio pedirão auditoria sobre a aplicação de recursos do IPTU

17/02/2008 - 14h07

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Representantes de 15 associações de moradores que participaram hoje (17) de um ato de protesto contra o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), no Méier (zona norte), recolheram assinaturas para um documento a ser entregue no final do mês ao Ministério Público e à Câmara de Vereadores. Segundo o presidente da associação de Moradores do Méier, Jorge Barata, o manifesto pedirá uma auditoria nas contas da Prefeitura. "Nós vamos pedir que seja avaliado como está sendo aplicado o dinheiro arrecadado com os impostos, como o IPTU. As praças estão abandonadas; as ruas, esburacadas, e os hospitais, em estado precário. A população de rua só aumenta, assim como a ocupação irregular dos morros e matas, sem que haja uma política habitacional para os mais carentes", afirmou.Os organizadores do movimento IPTU-Não pago. E Daí?, que começou em dezembro, já contam com a adesão de 23 associações de moradores de bairro das zonas sul, norte e oeste da cidade. Eles defendem o pagamento do imposto apenas no final do exercício, em novembro – mesmo com multa, ou em juízo –, como forma de exercer pressão sobre o poder público municipal em um ano eleitoral. A coleta de assinaturas continuará a ser feita em vários bairros, até o final do mês. De acordo com a Prefeitura, o boicote não teria grande adesão e a redução na arrecadação de impostos seria de cerca de R$ 7 milhões, na comparação com o período entre 1° de janeiro e 11 de fevereiro do ano passado. Segundo os manifestantes, no entanto, os dados divulgados foram inflados pelo aumento médio de 4,36% no IPTU deste ano, em relação ao de 2007. Além disso, o desconto da cota única foi reduzido de 10% para 7%, o que significa que pagar o imposto de uma só vez ficou mais caro e aumentou os valores, independentemente do número de contribuintes.