Pochmann defende “política nacional” sobre a terceirização

12/02/2008 - 19h17

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O pesquisador e economista Marcio Pochmann, atual presidente do Institutode Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), defendeu hoje (12) a elaboração de uma política nacional sobre aterceirização do trabalho. Em palestra ministrada durante eventopromovido pelo Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços aTerceiros (Sindeepres), em São Paulo, Pochmann afirmou que o Brasil pode sebeneficiar com o fenômeno, que é mundial, “mas está perdendo uma oportunidadepor não tomar as medidas necessárias”.“A terceirização é um imperativo. Não tem volta”, afirmou opesquisador. “Está faltando uma política nacional sobre o assunto. Precisamosdecidir qual é o tipo de terceirização que o Brasil quer para seu futuro.”Segundo o pesquisador, o país precisa capacitar suasempresas para que possam atrair para o mercado nacional algumas das cerca de 6,7milhões de vagas terceirizadas criadas todo ano no mundo. Também precisa capacitar ostrabalhadores para que os empregos trazidos para o país tenham maiorremuneração salarial.Pochmann defendeu ainda que seja estabelecida umaregulamentação específica para esse tipo de emprego. “O Brasil regula aterceirização como se estivesse olhando os fatos pelo retrovisor de um carro”,considerou. “Temos que regulamentar o assunto olhando para os próximos anos.”Ele citou como exemplo a elaboração da Consolidaçãodas Leis do Trabalho (CLT), publicada em 1943. “A CLT regula o trabalhoassalariado, porém foi concluída quando dois a cada dez trabalhadores eramassalariados”, afirmou. “A legislação serviu como base para o estabelecimentodas relações trabalhistas dos anos posteriores.”Hoje (12), Marcio Pochmann apresentou a pesquisa A Transnacionalização da Terceirização na Contratação do Trabalho que aponta a subcontratação de trabalhadores por empresas com sede em outrospaíses, a chamada terceirização transnacional, como um fenômeno em expansão, principalmente no setor de prestação de serviços. De acordo com o estudo, uma tendência desse tipo de terceirização éa redução dos custos trabalhistas, que resulta na informalidade e nafalta de cobertura previdenciária dos empregados.