Brasileiro é indicado pela ONU para atuar como juiz internacional no Timor Leste

12/02/2008 - 23h59

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O juizJosé Barroso Filho, da Justiça Militar de Manaus, se prepara paraassumir o posto de juiz internacional no Timor Leste. Ele foi aprovado em processoseletivo promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU).A seleção internacional foi realizada para escolher somente ummagistrado para instruir e julgar processos cíveis e criminais dopaís - inclusive os que tratam dos crimes de guerra praticados durantea ocupação da Indonésia.A atividade jurisdicional deve ocorrer noprazo de um ano e ainda prevê a participação do magistrado comoprofessor orientador do Centro de Formação Judicial do Timor Leste.A seleção começou em outubro do ano passado e foi concluída naúltima semana. Para tanto, interessados de diversos paísessubmeteram-se às etapas que incluíram análise de currículo, dedocumentos e provas orais.Na avaliação do magistrado brasileiro, a experiência nacarreira jurídica e a atuação em diversas áreas do Direito foramfundamentais para a indicação de seu nome. "Fiz minha inscrição e me submeti às diversas fases desse processo.Era apenas uma vaga para atuar como juiz internacional e orientar osjuízes timorenses. A última delas foi uma entrevista feita por telefoneonde estavam presentes quatro juízes internacionais, entre eles opresidente do Tribunal de Recursos do Timor Leste, Cláudio Ximenes", conta o juizJosé Barroso Filho."Sãomais de 15 anos de experiência como magistrado, com atuação em áreasdiversas, como criminal, família, eleitoral e outras. Acho que tambémcontou minha atuação como professor em escola de Magistratura."Barroso Filho nasceu em Ribeirão Preto (SP), mas vive em Manausdesde 2004. Atualmente é titular da 12ª Circunscrição JudiciáriaMilitar, responsável por Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, com sedeem Manaus. "Eu continuo sendo juiz dessa região, mas a partir do mêsque vem estarei licenciado pelo tribunal para atuar como juizinternacional."Segundo o juiz, o desejo de contribuir com as questões jurídicasnesse país o motivaram a participar do processo de seleção."Há anos euacompanho as lutas dos timorenses. Trata-se de um povo muito sofrido,mas que sempre lutou por sua liberdade. É esse espírito de luta que meatrai e me leva a crer que de alguma forma posso contribuir com minhaexperiência para o crescimento do mais novo país do século 21."