Lula e Sarkozy lançam pedra fundamental de ponte ligando Brasil à Guiana Francesa

12/02/2008 - 23h40

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Macapá (AP) - Uma ponte de quase400 metros de extensão ligando o Brasil a um pedaço daFrança, em plena floresta amazônica. Assim pode serdescrita a obra de cerca de R$ 38,6 milhões, cuja pedrafundamental foi lançada ontem (12) pelos presidentes LuizInácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, da França.Segundo a declaração conjunta assinada pelosdois governantes, a ponte sobre o Rio Oiapoque, ligando a margembrasileira à cidade de São Jorge do Oiapoque(Saint-George de L´Oyapock), na Guiana Francesa – umdepartamento ultramarino da França – visa a favorecer oconhecimento mútuo entre os dois países. Alémda ponte, a proposta conjunta é construir e melhorar asestradas que ligam as capitais Macapá e Caiena, “trazendomúltiplos benefícios para o desenvolvimento econômicoe social da região”, conforme prevê a declaraçãoconjunta, divulgada à imprensa durante o encontro de ontementre Lula e Sarkozy. Hoje, a travessia de pessoas e otransporte de mercadorias são feitos por barcos, principal viade transporte em toda a Região Norte, ou por avião.Lulareconheceu a importância da ponte e afirmou que conheceprojetos de mais de uma década para a realizaçãoda obra. “Eu ouço falar desta ponte há mais de dezanos. Já houve encontros e mais encontros e, talvez, odinheiro que se gastou na reunião de técnicos francesescom brasileiros, de passagens [aéreas], talvez essedinheiro desse para fazer a ponte”, disse Lula. Afirmandoque desta vez os prazos anunciados serão cumpridos, Lulagarantiu que a ponte será inaugurada em 2010 e assegurou queSarkozy demonstrou a mesma disposição. “O que eugostei do Sarkozy é que ele disse que quer começar aponte este ano, porque ele acha inadmissível a Françater vontade de fazer uma ponte e ela demorar oito anos [para sairdo papel]”. Uma comissão intergovernamentalcriada em julho de 2005, quando foi assinado o acordo bilateral paraa construção da ponte, deve se reunir ainda nesteprimeiro semestre, em Brasília, para validar os trabalhostécnicos e dar início ao processo licitatóriointernacional que irá selecionar a empresa responsávelpela obra.Também será definido como se daráa divisão dos custos. A intenção é de queos gastos sejam divididos igualmente entre Brasil e França,“mas levando em conta as implicações fiscais e anecessidade de evitar que a França termine onerada portributos nacionais”.