Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Manifestantesfavoráveis e contrários à comercialização do milho transgênico dividiram espaço emfrente ao Palácio do Planalto no início da tarde de hoje (12), quando o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) se reúne para tomar uma decisão sobre o assunto.Movimentossociais encabeçados pela Via Campesina exibiam faixas que firmavam a posição contrária à liberação: “Milhotransgênico, a tragédia do governo Lula” e “CNBS = biossegurança oubiotecnologia?”.Dooutro lado, as faixas de produtores rurais de Cristalina (GO), pediam a comercialização. “Milho transgênico, melhor para o meio ambiente, melhorprodutividade”.Aintegrante da Via Campesina, Maria Costa, afirma que não há estudos suficientes sobre os benefícios ou malefícios de produtos transgênicos e que "a liberaçãocomercial não oferece segurança para a saúde nem para o meioambiente”.Elaafirma também que o milho transgênico irá colocar em risco as espéciestradicionais da semente, já que a polinização do milho é aberta e,portanto, o pólen pode viajar quilômetros - transportado pelo vento oupor pássaros - e contaminar a plantação de outros produtores. Jáo integrante da Associação dos Produtores Rurais de Cristalina, GeraldoFigueiredo, afirma que o milho transgênico será mais resistente apragas. “Hoje tem que fazer muitas pulverizações com inseticidas e amaioria não tem um êxito muito grande devido ao clima”.Para ele, a espécie será benéfica para os pequenos produtores epara os assentamentos. “Eles que têm poucas máquinas e não têmtecnologia mais avançada será melhor ainda por que eles plantam o milhoe vão ter que cuidar do mato, não vai ter pragas.”Naúltima reunião do CNBS, em janeiro, os ministros adiaram a decisão epediram à Advocacia Geral da União (AGU) um parecer sobre a competência daAgência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os dois órgãos apresentaram recursos para impedir aliberação comercial do milho transgênico.