Líder ameaça paralisar o Senado se oposicionistas não participarem da mesa de CPI

12/02/2008 - 13h29

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os partidos de oposiçãoprometem obstruir os trabalhos do Senado caso não possamindicar um nome para a relatoria ou a presidência da ComissãoParlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos CartõesCorporativos. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio(AM), reclamou hoje (12) que a relatoria e a presidência dacomissão não podem ficar com parlamentares da base dogoverno."A Casa párase não respeitarem o nosso peso numérico e político",ameaçou o líder, acrescentando, "vamos ter[partidos da] oposição obstruindo o orçamento[da União para 2008], obstruindo todos os trabalhos daCasa, inclusive nas comissões".O líder reagiuàs declarações do líder do PMDB noSenado, Valdir Raupp (PMDB-RO), que de manhã havia dito quepor serem os maiores partidos na Casa, a relatoria da CPMI caberia aoPT e a presidência aoPMDB."Não vamosaceitar, nem na CPI nem nas matérias fora de CPI, quecontinuem a desrespeitar o nosso peso numérico e políticona Casa", afirmou Arthur Virgílio.De acordo com osenador, a oposição fez uma "concessão"e concordou em votar hoje três projetos no plenário"O presidente [doSenado] nos fez um apelo e concordamos em votar hoje trêsmatérias. Daqui pra frente não há compromissocom votar mais nada enquanto não tivermos duas satisfações:primeiro, uma resposta do líder do governo do descumprimentoda promessa do governo que, em relação à aprovaçãoda DRU [Desvinculação de Receitas da União]não haveria pacote tributário, e segundo, queremosresposta sobre a CPI", disse Arthur Virgílio.Os projetos que estãona pauta para votação hoje são o que afasta decargos administrativos o senador que esteja sob investigaçãono Conselho de Ética; o que trata de acordo internacionalentre o Brasil e Gana (África) e o que desobriga o governo arecorrer judicialmente em uma instância superior de processosque tenha perdido em uma instância menor. Atualmente, o recursoé obrigatório, mesmo que o governo admita que vaiperder o recurso. O líder do DEMno Senado, José Agripino Maia (RN), também reagiu àsdeclarações do líder do PMDB. “Sótomaremos ritmo normal [de votação] na medida emque essa questão da CPI, presidência e relatoria, estejaabsolutamente equacionada. Para que se investigue com isençãoé preciso que governo e oposição estejampresentes na composição [direção]da CPI. Fora disso, é inaceitável”.