IBGE não inclui extração ilegal no índice de redução na produção de madeira

12/02/2008 - 17h31

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Enquanto o InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou aumento dodesmatamento na Amazônia no segundo semestre de 2007, dados doInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicamque o setor madeireiro, historicamente ligado à devastaçãoda floresta, teve recuo de 6,1% em sua produção nomesmo ano. O levantamento do IBGE, no entanto, não considera a extração de madeira ilegal. "Só pesquisamos empresas legalizadas, regularizadas na Receita Federal. A extração de madeira ilegal não apuramos, não temos como pesquisar”, explicou oeconomista Fernando Abritta, da Coordenação de Indústria do Instituto, em entrevista à Agência Brasil. O segmento de madeira, segundo o técnico, representa apenas 1,5% daprodução agroindustrial brasileira. A maioria dasempresas pesquisadas pelo IBGE está no Pará, em Santacatarina e no Paraná. O recuo de 6,1% em 2007 refere-se apenas à madeira serrada – o setor, integralmente, recuou 3,2% no período, se considerados produtos como portas, janelas, painéis, molduras e caixotes, explicou. A pesquisa do IBGE aponta dois fatores que contribuíram para a menor produção das madeireiras: maior fiscalizaçãode órgãos ambientais e valorizaçãodo real ante o dólar, o que “faz com que a receitas daexportação de madeira e derivados se torne menor”. Entre as atividadesapontadas por ambientalistas como principais responsáveis pelodesmatamento recente da Amazônia, a pecuária registrou, conforme o IBGE, crescimento de 2,8% nos seus setoresagroindustriais e a soja, de 5,5% na produção dederivados. O índice alcançado pelo grão estariarelacionado à safra recorde, às cotaçõesfavoráveis no mercado internacional e à demandainterna. “A soja, assim como o milho, é um componenteimportante na fabricação de rações paraaves e suínos”, lembrou Abritta.