Coutinho diz que crise norte-americana não afetou financiamentos do BNDES

12/02/2008 - 16h17

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ameaça de recessão nos Estados Unidos não interferiu nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O presidente da instituição, Luciano Coutinho, disse hoje (12) que, em janeiro, o banco cumpriu à risca o cronograma de atendimento à demanda do setor privado por investimentos.“Tudo vai muito bem”, disse Coutinho ao sair de audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Não houve nenhum efeito perceptível da pressão externa sobre a demanda de investimentos. O BNDES não detectou, até agora, nenhum efeito da crise sobre a formação de capital fixo no país.”Para Coutinho, as perspectivas são boas para continuidade de investimentos do BNDES, sobretudo no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ele, o banco deve investir R$ 133 bilhões até 2010, dos quais cerca de R$ 40 bilhões ainda este ano. A prioridade, acrescentou, é o financiamento de infra-estrutura no setor elétrico e na concessão de rodovias federais.Ainda sobre a crise no mercado financeiro, Coutinho acredita que o desaquecimento na economia norte-americana, com reflexos na Europa e em alguns países asiáticos, “será de média intensidade”. Ele disse ainda que o Brasil pode não ser tão afetado pela turbulência internacional: “Somos uma das poucas economias do mundo com projetos de alto retorno em expansão”.Na avaliação de Coutinho, o Brasil se diferencia por ser uma das poucas fronteiras de crescimento na economia mundial, com autonomia para sustentar o crescimento em condições saudáveis. “A posição relativa do Brasil, numa crise internacional de média intensidade, pode até melhorar, uma vez que os juros lá fora devem cair ainda mais e as condições de liquidez internacional ficarão mais favoráveis”, analisou.O presidente do BNDES ressaltou ainda que o efeito da crise sobre o Brasil será menor que no passado porque o país reduziu a vulnerabilidade externa nos últimos anos.