Rio poderá ter detectores de metais em ônibus depois do Carnaval

13/01/2008 - 10h58

Cipriano Junior
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - ODepartamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro (Detro) vai testar detectores de metais em dois ônibus, durante um mês,logo depois do carnaval. Caso os aparelhos sejam aprovados, seu uso passará a ser obrigatório ainda no primeiro semestre deste ano.Segundoo projeto apresentado, se uma pessoa entrar em um veículo com metal devolume acima do permitido, o que poderia sinalizar a posse de uma arma,aciona-se uma luz no ônibus alertando o condutor e os passageiros. Aomesmo tempo, um sinal via internet chega à empresa proprietária doônibus. A partir daí, a conversa no interior do carro passa a sergravada e a companhia poderá cortar o combustível e a ignição doveículo. Caso a polícia seja acionada, pode localizar o veículo por meio deum aparelho GPS.Para o presidente da Federação dos Trabalhadores de TransportesRodoviários do Estado do Rio de Janeiro, Antônio Tristão, a instalaçãodo detector, além de não solucionar o problema da violência noscoletivos, colocaria em risco o motorista."Aconteceque o profissional que está no volante não é policial. O que ele vaifazer? Vai proibir a entrada das pessoas? Não tem como, são coisasabsurdas".Tantoo presidente do Detro, Rogério Onofre, quanto o diretor de comunicaçãoda Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Riode Janeiro (Fetranspor), João Augusto Monteiro, não concordam com a opinião do dirigente sindical. Para ele, o sistema protege os passageiros e os funcionáriosdas companhias.Outroponto polêmico na implementação do projeto é o seucusto. Para a Fetranspor, a favor da adoção do aparelho, não devehaver aumento de passagem, mas a instalação do detector deveria ser custeada pelo estado.     "Seespera que isso não afete a tarifa. Se espera que, se o custo for elevado, isso venha de alguma compensação com imposto ou desoneraçãotarifária. Imaginamos que seja este o melhor caminho".Para o Detro, as empresas de ônibus é que devem custear a instalaçãodos detectores. O presidente do órgão,Rogério Onofre, foi enfático."Nãohá hipótese de repassar isso para a tarifa, não há hipótese de o estadoarcar com qualquer valor sobre isso. Vai recair única e exclusivamentenas empresas de ônibus".Noano passado, foram registrados 7.513 assaltos a coletivos, segundo oInstituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Desse total, 429ocorreram no mês de dezembro.