Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Republicano ou democrata? Na opinião do professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Virgílio Arraes, não há diferença significativa para o Brasil de qual partido será o próximo presidente dos Estados Unidos - a disputa das prévias começou nesta semana e está indefinida para as duas legendas que dominam a cena política no país.Arraes discorda da tese de que os democratas dão mais atenção para a América Latina como um todo. Em entrevista à Rádio Nacional, explicou que os dois partidos são protecionistas, o que pode ser observado nas exportações brasileiras de suco de laranja, na questão do aço e também dos biocombustíveis.Assim, não haveria mudança num dos pontos mais importantes da relação bilateral entre Brasil e EUA, as medidas adotadas pelos norte-americanos para proteger seus produtores. “Nenhum dos presidentes, seja democrata, seja republicano, normalmente tem força junto ao Congresso para derrubar medidas protecionistas, então, no presente momento, para o Brasil seria indiferente a vitória de um democrata ou de um republicano”, explicou.Arraes disse, também, que dificilmente o Brasil deve ser tema de discussão durante a campanha presidencial dos Estados Unidos, já que o relacionamento está num bom nível, “tanto no âmbito político quanto no âmbito comercial”.Ele explicou que a América Latina certamente será um tema secundário - ao contrário do Oriente Médio, por exemplo. Apenas dois países da região devem entrar na pauta eleitoral. Um é o México, “que normalmente atrai a atenção em razão do grande fluxo de cidadãos para os Estados Unidos”, disse. “O outro, também em função da política, mas mais de questões econômicas, como o petróleo, é a Venezuela, por causa da atuação do presidente Hugo Chávez”.