Custo de vida em 2007 na capital paulista tem maior alta desde 2004, apura Dieese

09/01/2008 - 21h14

Débora Xavier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O custo de vida na cidade de São Paulo, no ano passado, teve a maior alta desde 2004, quando subiu 7,70%. Segundo o cálculo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 2007 a alta foi de 4,8% e indica que as famílias de mais baixa renda foram as mais atingidas – para elas a taxa chegou a 5,55%.Já para as famílias com nível intermediário de renda a alta foi de 4,93% e para as de maior poder aquisitivo, de 4,55%. Em dezembro passado, a alta do custo de vida foi de 1,09%, a maior registrada pelo Dieese desde julho de 2004, quando atingiu 1,21%. Em relação ao mês anterior, a taxa de dezembro subiu 0,81 ponto percentual. Alimentação foi o grupo de despesas analisadas pelo Dieese que registrou o maior crescimento no ano passado, com 12,48%, devido aos preços dos produtos in natura e semi-elaborados, que subiram 20,03%. Os preços dos produtos industrializados subiram 7,01% e os de alimentação fora de casa, 7,54%. Os índices alcançados por esse grupo de despesas contribuíram com 3,15 pontos percentuais no cálculo da taxa de 4,8%. Os outros grupos analisados são educação e leitura, despesas pessoais, saúde, habitação, transporte, vestuário, saúde, recreação e despesas diversas.A coordenadora dessa pesquisa do Dieese, Cornélia Nogueira Porto, informou que "o aumento dos preços do setor de alimentação se deve a um realinhamento". E explicou: "O setor agrícola estava passando por uma fase bastante difícil. Houve diminuição na produção de leite, problemas com a carne e com as plantações de feijão. Na hora em que a economia é aquecida, se a oferta é pequena, naturalmente há esse realinhamento." Ainda segundo a coordenadora, "com a retomada do aumento da produção agrícola, os preços deverão se estabilizar”.No grupo educação e leitura, a alta foi de 6,27%; no de despesas pessoais, de 6,11% – devido, em grande parte, aos preços dos cigarros, que subiram 10,18%. No de saúde, a assistência médica subiu 3,79% e contribuiu para a alta de 3,40%; no de habitação, o aumento foi de 1,65%, com destaque para as despesas de conservação do imóvel (4,33%); e no de transportes,  a variação no ano passado atingiu 1,03%. Ao longo dos últimos quatro anos em que o Dieese pesquisou o custo de vida na capital paulista, a inflação acumulou uma taxa de 21,02%. Os alimentos registraram variação ligeiramente superior ao índice geral, mas nos três primeiros anos, os reajustes foram inferiores. No quarto trimestre do ano passado, os 22,5% acumulados superaram os 21,02% da inflação no período.