Índice de inflação da FGV começa o ano em alta em seis capitais

09/01/2008 - 14h59

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) indicou alta de inflação em seis das sete capitais pesquisadas, na primeira semana do ano, conforme divulgado, hoje (9), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).Das sete capitais pesquisadas, São Paulo, que tem o maior peso na formação do indicador, foi a que mais puxou a alta do índice. O IPC-S referente à cidade foi de 0,85% até a última segunda-feira (7) contra 0,71%, medido até 31 de dezembro.Também houve aumento no índice em Brasília (de 0,69% para 0,90%); Belo Horizonte (de 0,53% para 0,66%); Rio de Janeiro (de 0,58% para 0,79%); Salvador (de 1,12% para 1,74%) e Porto Alegre (de 0,26% para 0,30%). A única capital que apresentou desaceleração foi Recife (de 1,14% para 0,98%).O IPC-S para as sete capitais ficou em 0,89%, mostrando o aumento de preços nas últimas quatro semanas (entre 8 de dezembro e 7 de janeiro) na comparação com a medição divulgada na semana anterior. O indicador anterior, medido até 31 de dezembro, havia ficado em 0,70%. O primeiro IPC-S do ano indicou a maior alta de preços desde o índice da terceira semana de maio de 2005, quando atingiu 0,99%.Segundo o economista da FGV André Braz, o grupo alimentação foi o principal responsável pelo aumento no índice. De 21 itens pesquisados nesse grupo, 15 apresentaram alta, com destaque para o arroz e o feijão (cujo aumento passou de 12,91% para 17,38%). Ele avaliou, no entanto, que há tendência de queda ao longo do mês."No ano passado, houve uma influência muito grande nos alimentos, puxando a inflação para cima. Mas já começamos a perceber uma desaceleração do preço de produtos como carne bovina e açúcar, que deve ser verificada ao longo do mês", disse Braz.O economista afirmou, no entanto, que o índice deve se manter no atual nível por conta do reajuste das mensalidades escolares. "Não há previsão que o índice caia, mas a inflação deve mudar de perfil. Se por um lado os preços dos alimentos devem sofrer uma desaceleração, por outro, o IPC-S sofrerá influência dos reajustes das mensalidades escolares, que ocorrem no começo do ano", argumentou.Os gastos com educação subiram de 0,27% para 0,72%; habitação, de 0,02% para 0,11%, e saúde, de 0,28% para 0,37%. Por outro lado, registraram desaceleração: despesas diversas (de 0,59% para 0,42%), transportes (de 0,97% para 0,88%) e vestuário (de 0,67% para 0,66%).