Instituto critica falta de controle de desmatamento no cerrado

23/12/2007 - 23h37

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O desmatamento ilegalno cerrado brasileiro existe, mas não há dadosconfiáveis para estimar a sua dimensão. A afirmaçãoé do coordenador de Políticas Públicas doInstituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), NiloDávila. O instituto é um centro de pesquisa e documentaçãoindependente sobre o desenvolvimento sustentável, sem finslucrativos, sediado em Brasília. O instituto consideraum aumento médio da área plantada de cana- de-açúcarde 20% no último ano, nos cinco principais estados produtores docerrado: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso eMato Grosso do Sul. Dávila explica que a expansão dacana substitui culturas ou pastagens, em muitos casos com migraçãoimediata. Assim o produtor vende sua área para usineiros ecompra mais terras ao norte do país, se dirigindo para aAmazônia.“Se ela [cana] não causar desmatamento nocerrado, provoca migração de atividadestradicionalmente destruidoras de vegetação, como apecuária.”A preservação do cerrado, segundo Dávila, passa pela criação de mais unidades de conservação e por ferramentas de identificação e controle do desmatamento da área, que hoje não existem.“O primeiro passo é saber aonde está acontecendo [o desmatamento], se é legal ou ilegal. O ponto prioritária para a conservação é a imediata implantação do sistema de vigilância via satélite do bioma”. O pesquisador do ISPNcrê que o aumento do preço da soja no mercadointernacional fará com que o desmatamento volte a despontar naproximidades de cidades do Centro-Oeste que já se destacam naprodução.