Múcio negocia CPMF e diz que imposto não significa dar mais dinheiro para o governo

08/12/2007 - 15h32

Débora Xavier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro de RelaçõesInstitucionais, José Múcio, afirmou hoje (8) que aprovar a prorrogação da ContribuiçãoProvisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)não significa “dar mais recursos ao governo”, mas que nãoaprova-la é “tirar dinheiro dos programas sociais e doshospitais”. Ele enfatizou que ogoverno, ao trabalhar pela prorrogação do imposto, nãoestá pedindo que sejam alocados mais recursos para essasáreas, e sim desejando que os programas sociais nãosejam interrompidos. “São programasque existem há muitos anos e há alguns governos”,lembrou. Ele admitiu que hásugestões de senadores para que os recursos para a saúdesejam aumentados. “Nós temos informações deconversas inspiradas em alguns governadores, que todos se mostraramfavoráveis à idéia, mas o governo não asrecebeu oficialmente. Caso receba essa sugestão oficialmente,o governo se posicionará oficialmente também”.José Múcioafirmou que a prorrogação “é muito importantepara o Brasil, e imprescindível para o governo, seja qual foro presidente que esteja aqui”. O ministro disse quenão há um segundo plano, um plano B, caso a prorrogaçãonão seja aprovada. “O que há é o plano A.Plano B é aprovar na terça-feira. Talvez um plano C éaprovar na quarta”.Hoje pela manhão ministro recebeu no Palácio do Planalto os senadores EdsonLobão (PMDB-MA) e Valter Pinheiro (PMDB-MS), com os quaisconversou sobre o assunto. “Foi para umaavaliação das providências, uma conversa. Asituação se mantém. Ninguém vai declararsua opção a três dias da votação”,desconversou José Múcio. O ministro disse que háformas de aprimorar o projeto de prorrogação, e que osenador Valter Pinheiro deu algumas idéias de como fazê-lo,mas que, qualquer conversa nesse sentido, deverá ser retomadadepois que a prorrogação for aprovada. “Temos dificuldadesde mexer no projeto agora, porque já foi aprovado na Câmaracom uma margem razoável de votos”, considerou. O ministro refutou aidéia que a votação da prorrogaçãoe a eleição para a Presidência do Senado estejamsendo embaralhadas. “Em hipótesealguma. O candidato do governo é o candidato do PMDB. Se háuma coisa definida e decidida e absolutamente certa é essaposição”, afirmou o ministro. Além da conversacom Valter Pinheiro e Edson Lobão, o ministro manteve contatoscom outros senadores e governadores. “O instrumento do políticoé a fala, então temos que conversar. Conversei e agoraé esperar”, disse sem citar nomes. Ele afirmou que aindanão contou se o governo já tem os 49 votos necessáriosà aprovação. “A contagem verdadeira seráa do painel”, disse. José Múcioafirmou que ainda há muito trabalho e muitos encontros a seremrealizados neste fim de semana, e que deverá se encontrar como presidente Lula ainda hoje.