Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O novo ministro das Secretaria de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, informou hoje (22), na Câmara dos Deputados, que uma de suas primeiras tarefas será conversar com todos os senadores, para que seja aprovada a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) até 31 de dezembro de 2011. E disse acreditar que há tempo para aprovar a matéria até o final do ano."Vou continuar o trabalho do ministro [Walfrido dos Mares Guia], que conversou com todos os senadores. Tenho absoluta certeza de que o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva], que é o gestor, que é o responsável por tudo isso e é quem tem a responsabilidade da gestão, irá entrar nessas conversas e tudo terminará bem", disse José Múcio.De acordo com o novo ministro, "a prorrogação da CPMF não é questão do governo Lula, dos senadores, dos deputados – é do povo brasileiro, serve a todos". Ele acrescentou: "É um imposto imprescindível no momento. Imposto não é uma coisa simpática, senão seria espontâneo. Já começa antipático do nome, mas é necessário. O orçamento brasileiro não pode prescindir de R$ 40 bilhões no momento."Indagado sobre o posicionamento de alguns senadores, que afirmaram que ele não tem espaço para negociar a aprovação da matéria no Senado, o novo ministro disse que vai procurar todos eles: "Vou procurar que me cedam espaço. Política é a arte de conversar. Você não pode fechar a porta nunca. Evidentemente que eu não posso ter espaço no Senado, porque eu militei durante todos esses anos na Câmara, mas tenho bons amigos no Senado e tenho absoluta certeza de que serei ouvido e vou estar defendendo uma causa justa. Vou procurar construir esse espaço com a ajuda desses que disseram que eu não tenho espaço."José Múcio disse acreditar que dá tempo para aprovar a CPMF e lembrou que "estamos no meio do jogo". O trabalho feito na Câmara para aprovar a prorrogação do tributo, lembrou, foi de muitos meses e de muita conversa. "Havia um universo muito maior de parlamentares aqui. Lá, o universo é muito menor. Vamos trabalhar, vamos conversar e ouvir as sugestões quetodos têm, ouvir as queixas que alguns devem ter, procurar saná-las e conversar. Tenho absoluta certeza de que todos querem o melhor para o Brasil – apenas alguns interpretam de forma diferente", afirmou.Segundo o novo ministro, a prorrogação da CPMF é um assunto conhecido por todos. "Nós não vamos falar com nenhum deles um assunto novo, nem nós vamos conversar sobre novidades. Existem alguns pontos de vista determinados e fincados, que são questões partidárias. Alguns partidos fecharam questão, mas isso não significa que nós não vamos conversar e procurar a todos", concluiu.