Tião Viana diz que saída do PTB do bloco do governo no Senado não afetará votação da CPMF

22/11/2007 - 13h51

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente interinodo Senado, Tião Viana (PT-AC), disse hoje (22) que a saídado PTB do bloco de apoio ao governo não vai prejudicar avotação da emenda que prorroga a ContribuiçãoProvisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).Com a saída do bloco, o PTB liberou seus senadores paravotarem como desejarem."É um atonatural. Sair do bloco não quer dizer sair do governo",disse Tião Viana, acrescentando que a decisão nãotem vínculo com a CPMF. “Foi um ato deinsatisfação com o relacionamento entre os partidos dabase. Como a base está um pouco fragilizada, qualquer tipo deatrito político pequeno gera a idéia de conflito".Dos sete senadores doPTB, apenas Mozarildo Cavalcanti (RR) já anunciou que votarácontra a prorrogação do imposto. A oposiçãoconta com o voto dele para ajudar a derrubar a CPMF no Plenáriodo Senado. Na próximaterça-feira (27), o DEM e o PSDB se reunirão para fazeras contas. "Acreditamos que hoje temos 35 votos. Temos, comfolga, condições de derrubar a pretensão dogoverno quanto à CPMF", disse o senador DemóstenesTorres (DEM-GO).Para aprovar a emendaconstitucional que prorroga a CPMF até 2011, sãoprecisos os votos de 49 dos 41 senadores. Caso a oposiçãoconte, realmente, com 35 votos, sobrarão 46 votos para ogoverno, três votos a menos que o necessário, sem contaras possíveis abstenções.Depois da reuniãoda próxima semana, caso fique confirmado que a oposiçãotem o número de votos para derrubar a prorrogaçãoda CPMF, Demóstenes disse que haverá a tentativa deantecipar a votação em Plenário. O argumento daoposição, segundo ainda o senador do DEM, é quecomo há uma grande possibilidade de o presidente licenciado doSenado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ser absolvido em plenárioda acusação de quebra de decoro parlamentar, a imagemda Casa precisará ser recuperada, e derrubar a CPMF seria umaforma de recuperar essa imagem. O presidente interinodo Senado, Tião Viana, acredita, no entanto, que asnegociações com o PSDB ainda podem acontecer para que ogoverno garanta os votos necessários para aprovaçãoda CPMF. "Estamos no meio de uma disputa política. Oúnico que, de fato, demarcou um campo ideológico foi oDemocratas. O PSDB está dividido, e todo ambiente ainda épara negociação", afirmou.