Tião Viana descarta por enquanto convocação extraordinária para votar CPMF

22/11/2007 - 8h24

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), descartou, por enquanto, a possibilidade de convocação extraordinária para votar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011."Não devemos trabalhar com essa hipótese ainda", disse hoje (22), ao chegar ao Senado. "O tempo legislativo é favorável para que possamos construir entendimento e ainda votar no exercício legislativo que temos", acrescentou Tião Viana.O senador disse ser necessário que a Casa tenha "disciplina" para agilizar as votações. "Seja pelos interesses da oposição, que é contra a CPMF, seja pelos interesses da base do governo, que é pela CPMF."A proposta que prorroga a CPMF por mais quatro anos precisa ser votada até 31 de dezembro para entrar em validade já no ano que vem. A previsão, segundo Tião Viana, é que a votação da PEC em primeiro turno ocorra em 14 de dezembro e, em segundo turno, no dia 22, último dia antes do recesso parlamentar.As discussões para aprovar a CPMF se aproximaram das discussões sobre o caso Renan Calheiros depois que o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), anunciou que só irá apresentar parecer sobre a representação contra Renan na Comissão de Constituição e Justiça na semana que vem.A decisão acabou atrasando a votação do processo contra o presidente licenciado do Senado em uma semana. Segundo Arthur Virgílio, há uma negociação entre partidos da base do governo para que a prorrogação da CPMF seja aprovada. Em troca, o senador Renan Calheiros seria absolvido em Plenário da acusação de quebra de decoro parlamentar."Há senadores da oposição que afirmam que o propósito da oposição é embolar os dois casos, o que não acho razoável, não acho correto", disse Tião Viana.Ontem (21), Renan Calheiros anunciou que irá estender sua licença por mais 35 dias. Ele alegou que a decisão tem como objetivo não interferir na agenda legislativa, principalmente na votação da CPMF. "A decisão diz respeito única e exclusivamente a ele", disse Tião Viana.