Procurador-geral diz não se importar com pedido de afastamento de ministro

22/11/2007 - 17h16

Isabela Vieira e Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O procurador-geral daRepública, Antonio Fernando Souza, disse não seimportar com o pedido de afastamento do ministro das RelaçõesInstitucionais, Walfrido dos Mares Guia.“Não éproblema meu. Eu faço a denúncia sobre fatos queocorreram no passado. Este é o meu dever”, disse ao chegarem  evento da Escola Superior do Ministério Público, em Brasília. O procurador-geral disse que está seguro em relaçãoàs acusações encaminhadas ao Supremo TribunalFederal (STF) na noite de ontem (21). “Sempre procuro formular acusaçõescom as quais estou convencido. Agora, esse convencimento precisa serobjeto de análise pelo Judiciário”.O procurador denunciou o ministro Mares Guia por peculato e lavagem de dinheiro. Ele é acusado dedesviar recursos públicos e utilizá-lo nacampanha à reeleição de EduardoAzeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas Gerais no ano de 1998.O presidente do PTB, Roberto Jefferson, disse hoje (22) que o ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, mereceu ser denunciado pelo procurador-geral da República, e que a denúncia teve como objetivo tirá-lo do cargo.“Não vou dizer que estou satisfeito, porque seria indelicado, mas ele merece”, afirmou Jefferson ao participar, como convidado, do 3º Congresso e da 9ª Convenção Nacional do PSDB, em Brasília.Jefferson disse que, quando denunciou o mensalão, dois anos e meio atrás, não tinha idéia da dimensão do fato. “Valeu a pena. Entrei nisso um anão e saí em paz com a opinião pública do Brasil”.Ele também se disse satisfeito com a saída do PTB do bloco governista no Senado e afirmou que seu objetivo é afastar o partido cada vez mais do PT.“Ainda não tenho forças para que o PTB saia do governo, mas quero chegar em 2010 em condições de buscar um caminho que não seja o do PT”.Além do ministro Mares Guia, outras 14 pessoas foram denunciadas por peculato e lavagem de dinheiro, entre elas o atual senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o empresário Marcos Valério de Souza. O relator do caso no Supremo é o ministro JoaquimBarbosa.O procurador-geral afirmou que odocumento enviado ao Supremo contém 86 páginas comtodos os procedimentos utilizados. “Esses procedimentos inclusiveestão apurados por prova pericial”, disse Souza.