Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os ministros de Minas e Energia dos países membros da Organização Latino-Americana de Energia (Olade) deverão adotar, na 38ª Reunião Ordinária da entidade, a ser realizada no próximo dia 30 de dezembro, em Medellín, na Colômbia, a eficiência energética como estratégia de política de governo. O objetivo é combater o desperdício e minimizar os efeitos da geração de energia elétrica sobre o meio ambiente.A informação foi dada no Rio de Janeiro pelo gerente de Projetos do Ministério de Minas e Energia, Paulo Augusto Leonelli, durante participação no Seminário Latino-Americano de Eficiência Energética, promovido pela Eletrobrás.Segundo Leonelli, a iniciativa de incluir a eficiência energética entre os temas prioritários da próxima reunião da Olade está inserida nas preocupações mundiais com relação à degradação do meio ambiente e ao aquecimento global. “A declaração do encontro dará à questão da eficiência energética um status compatível ao que ela tem hoje em conseqüência das preocupações com a questão das mudanças climáticas e os problemas gerados a partir dessa mudança", diz. "Os países membros da Olade passarão a adotar a eficiência energética como estratégica de políticas de governo. A idéia é exortar os países membros a adotar a eficiência energética como uma política de estado, ou seja, uma política que tenha um valor universal independente de se desenvolver políticas administrativas próprias a cada país. São como valores universais, da paz, do combate à fome, à miséria e da busca da estabilidade da economia”, afirma o executivo do MME. Segundo Leonelli, estudos recentes indicam que, entre 2003 e 2030, cerca de 62% dos investimentos no mundo serão alocados para o provimento de energia. “O mundo gasta muita energia e muito dinheiro para gerar energia. Porque então não se pensar numa forma mais inteligente de você prover as necessidades energéticas, com novas tecnologias, mais eficientes e econômicas e menos poluentes?”, questiona.Para o gerente de Projetos do Ministério de Minas e Energia, a América Latina e o Caribe tem condições de economizar, até 2018, cerca de US$ 256 bilhões, por meio da adoção de políticas mais eficientes de uso de energia. Desse total, ele estima que o Brasil possa economizar cerca de US$ 40 bilhões.O Seminário Latino-Americano de Eficiência Energética será realizado até amanhã (23) e reúne autoridades do setor de energia de países como o Brasil, a Argentina, o Chile, a Costa Rica e o México, que relatarão suas experiências e perspectivas sobre o setor energético e os programas de eficiência no consumo de energia. Também será discutida a criação de um Fórum Latino-Americano destinado a formular estratégias e aprimorar ações de economia de energia no continente.