Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na denúncia encaminhada hoje(22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra 15 pessoas, oprocurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, sustentaque cotas de patrocínio para eventos esportivos foram um dosmeios utilizados no esquema que teria desviado R$ 3,5 milhõesdos cofres públicos em favor da campanha à reeleiçãode Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998. Além deAzeredo (PSDB-MG), hoje senador, também foram denunciados o ministro deRelações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia(PTB-MG), o ex-vice governador de Minas, Clésio Andrade (PR-MG), e o publicitário Marcos Valério Fernandes deSouza. Andrade e Valério eram sóciosda empresa SMP&B Publicidade e teriam, segundo o procurador-geral, acertadocom a cúpula do governo mineiro que “o repasse indevido dodinheiro público deveria ocorrer por meio do evento esportivoEnduro Internacional da Independência”. A agência,enquanto detentora da exploração exclusiva dos direitosde imagem da competição, recebeu então R$ 1,5milhão da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) eR$ 1,5 milhão da Companhia Mineradora de Minas Gerais (COMIG).Finalmente, esses recursos teriam sido usados no pagamento deempréstimos contraídos pelo grupo empresarial de ClésioAndrade junto ao Banco Rural, em favor da campanha de Azeredo. A partir daí, conforme adenúncia, os mentores do esquema se preocuparam em incluirtambém os eventos Iron Biker- Desafio das Montanhas e oCampeonato Mundial de Supercross na rota de desvios. Uma competição recebeu R$ 300 mil e a outra R$ 200 mil do Banco do Estado de Minas Gerais (BEMGE). O destino desse dinheiro, segundo a denúncia, foi o mesmo das cotas do Enduro da Independência.“Clésio Andrade ofereceu osserviços delituosos de sua estrutura empresarial para aprática dos crimes de peculato, bem como de lavagem decapitais”, conclui Antônio Fernando Souza no documentoenviado ao STF.