Campanha de Azeredo desviou R$ 3,5 milhões dos cofres de Minas, aponta denúncia

22/11/2007 - 17h26

Irene Lôbo e Mylena Fiori
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Um desvio de pelo menos R$ 3,5 milhões dos cofres públicos do estado de Minas Gerais, diretamente ou através de estatais, para a campanha de reeleição do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo mineiro, em 1998, estaria na origem do esquema que ficou conhecido como “mensalão”.Essa é a conclusão do procurador-Geral da República, Antonio Fernando Souza, que ontem (21) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia contra 15 pessoas, entre elas Azeredo e o ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, por crimes de peculato e lavagem de dinheiro naquela campanha, o chamado "mensalão mineiro".A denúncia também aponta como origem dos recursos da campanha de Azeredo o repasse de verbas de empresas privadas que tinham interesses econômicos junto ao estado de Minas Gerais, entre elas o Banco Rural.Segundo o inquérito, R$ 1,5 milhão dos recursos para a campanha de Azeredo teriam sido desviados da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e mais R$ 1,5 milhão, da Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig). O meio milhão restante teria sido desviado do grupo financeiro do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge).O documento também afirma que o suposto desvio de dinheiro foi intermediado pelo candidato a vice-govenador de Azeredo, o empresário Clésio Andrade, e pelo publicitário Marcos Valério e seus sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, em associação com o Banco Rural.Os recursos seriam lavados pela empresa SMP&B Comunicação, de Marcos Valério, para serem usados na campanha de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade.