Taxa de desemprego em São Paulo mantém estabilidade em setembro, apontam Dieese e Seade

31/10/2007 - 19h06

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A estabilidade da taxa de desemprego da Região Metropolitana de São Paulo impediu que índices nacionais apresentassem queda em setembro. Segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada hoje (31) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o pequeno aumento 0,1 ponto percentual na taxa – de 15% em agosto para 15,1% em setembro – barrou uma redução maior na taxa geral, que caiu de 15,6% para 15,5% durante o período.“Como São Paulo é uma região que tem muito peso no levantamento, por ser onde vivem quase 50% da PEA [População Economicamente Ativa] da pesquisa, seu resultado influencia muito na média das regiões”, afirmou Patrícia Lino Costa, economista do Dieese.A taxa geral é calculada de acordo com os resultados de seis regiões metropolitanas: Distrito Federal, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, além de São Paulo. A taxa da capital paulista e a de Salvador foram as únicas que apresentaram “relativa estabilidade” no nível de desemprego, segundo a PED – as demais tiveram queda. Em Brasília, por exemplo, a queda foi de 0,8 ponto percentual (de 18,1% para 17,3%) e em Porto Alegre, de 0,6 ponto percentual  (de 13,4% para 12,8%).Segundo estimativas da pesquisa, 3 milhões de trabalhadores estavam desempregados em setembro, 20 mil a menos do que em agosto. A PED apontou que foram criadas 81 mil ocupações (trabalhos formais e informais), enquanto 62 mil pessoas entraram no mercado. O setor da construção civil foi o que registrou maior aumento no número de ocupados em porcentagem (3,3%). O de serviços, em compensação, teve o maior crescimento no número de ocupados, em números absolutos (43 mil).Segundo Costa, em dois pontos, os resultados de setembro contrariaram tendências observadas em pesquisas anteriores: o número de trabalhadores que não possuíam carteira de trabalho assinada cresceu mais do que os com carteira – aumento de 55 mil contra 48 mil; e o rendimento médio mensal subiu – 0,4% no caso dos ocupados, chegando a R$ 1,051, e 0,5% no caso dos assalariados, alcançando R$ 1.124.A economista afirmou ainda que, na comparação com o resultado de 2006, o número de ocupações cresce em ritmo menor em 2007. As taxas de desemprego deste ano, no entanto, são inferiores às do ano passado, acrescentou.