Frente parlamentar é relançada com promessa de ampliar orçamento de universidades públicas

31/10/2007 - 15h32

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Frente Parlamentar em Defesa daUniversidade Pública, relançada hoje (31) na Câmarados Deputados, pretende discutir formas de ampliar o orçamentodas instituições públicas de ensino superior. A meta foianunciada pelo deputado Pedro Wilson (PT-GO).

“Nós queremos que osdeputados e senadores possam ajudar a crescer o orçamento dauniversidade pública brasileira, dando a ela possibilidade deinvestimento em infra-estrutura, e também de apoio àsua expansão”, defendeu o deputado.

Na manhã de hoje (31),senadores, deputados e representantes de movimentos em defesa daeducação estiveram presentes ao relançamento daFrente Parlamentar em Defesa da Universidade Pública. Oobjetivo da organização, que foi criada em 1996, é discutir questõessobre a autonomia universitária e melhorar a articulaçãoentre as instituições que militam na área e oCongresso Nacional.

De acordo com o deputado PedroWilson (PT-GO), três eixos temáticos vão guiar ostrabalhos da frente parlamentar: a Lei OrçamentáriaAnual, a reforma universitária e o Programa de Apoio ao Planode Reestruturação e Expansão das UniversidadesFederais (Reuni).

Pedro Wilson explicou que o Reuni éum projeto de investimento do governo para a expansão dasuniversidades federais. Ele lembrou, entretanto, que as instituiçõesnão são obrigadas a ingressar. De acordo com odeputado, o foco das propostas do Reuni é a expansão da infra-estrutura, mas que o aumento do quadro de professores, alunose funcionários também faz parte do programa. Segundoele, a meta para os próximos dez anos é aumentar apresença da juventude brasileira nas universidades públicas,passando de 1% para 30%.

“A universidade é umainstituição crítica, reflexiva, capaz de saber oque quer. Então, a proposta é para cada universidade.E, a partir da universidade, crescer a educação públicabrasileira universitária, oferecendo mais vagas, crescendo demaneira material e também cultural”.

Segundodados do Ministério da Educação (MEC), 27instituições federais de ensino superior jásolicitaram participação no Reuni.

A presidente da UniãoNacional de Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf, acredita que serápossível ampliar os fóruns de discussão sobre otema educação.

“O relançamento dessa frenteparlamentar, a rearticulação das entidades do movimentoeducacional com os deputados e senadores vai fazer com que a nossaluta se fortaleça”. Lúcia acredita que açõescomo a criação de um Plano Nacional de AssistênciaEstudantil garantem a manutenção da qualidade dasuniversidades federais.

A presidente da UNE disse que aentidade não aprova iniciativas de boicote ao Reuni, como asrealizadas por estudantes na Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ) e na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nas últimassemanas.

“Essa ampla mobilizaçãodentro das universidades contra a aprovação do Reuni éuma mobilização de cunho essencialmente conservador,uma vez que são estudantes que já ingressaram nauniversidade pública e que se posicionam contrariamente àampliação das vagas ofertadas por essa instituição”.

A presidente da UNE lembra que aprincipal meta a ser alcançada hoje no ensino superior públiconacional é a ampliação do número de vagasofertadas para estudantes. Atualmente, apenas 2% da juventudebrasileira tem acesso a instituições de ensinopúblicas.

Lúcia acredita que orelançamento da frente parlamentar garante maior articulaçãodos movimentos educacionais junto ao Congresso Nacional. E afirmaque, para que seja possível ampliar o número de vagasofertadas com garantia de qualidade, pelo menos 7% do PIB nacionaldeve ser investido em educação pública.

Estiveram presentes ao evento derelançamento da Frente Parlamentar em Defesa da UniversidadePública, a Associação Nacional dos Dirigentesdas Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes),o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições deEnsino Superior (Andes), o Fórum de Professores dasInstituições Federais de Ensino Superior (Proifes), aFederação de Sindicatos de Trabalhadores deUniversidades Brasileiras (Fasubra), a União Nacional dosEstudantes (UNE) e a Confederação Nacional dosTrabalhadores em Estabelecimento de Ensino (Contee).