Nielmar de OLiveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A decisão daPetrobras de reduzir o fornecimento de gás natural para asdistribuidoras CEG e CEG Rio, do Rio de Janeiro, e Congas, de SãoPaulo, é "um claro sinal" de que já háproblemas de abastecimento doproduto, e caracteriza um "racionamento surpresa" quepreocupa o setor industrial.A declaraçãoé do presidente da Federação das Indústriasdo Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio GouvêaVieira, em entrevista coletiva na qual anunciou que a entidadeapoiará e incentivará asindústrias do estado a entrarem na Justiça em busca deressarcimento pelas perdas acarretadas pela decisão daestatal, tomada ontem (30)."Esse foi um sinalclaro de que existe falta de determinada fonte de energia, emboraeventualmente. E se existe um inventor para essa crise, esse inventornão é o setor indústria, que foi induzido a usaro gás em substituição a outros combustíveispelo fator preço. Primeiro, os preços subiram, e agoraas torneiras foram fechadas. Foi uma surpresa para todos nós ofato de ter havido a suspensão de parte do fornecimento doinsumo, com prejuízos para várias indústrias emtodo o Brasil, especificamente no Rio e em São Paulo",afirmou Eduardo Eugenio. O empresáriodisse que embora ainda não tenha como precisar o tamanho desteprejuízo, já que os números ainda estãosendo levantados."Todos têmque pagar a conta de forma equânime. Não tem cabimentodeterminadas indústrias, que estão aí puxando ocrescimento, serem penalizadas com uma decisão desta. Hámuito que nós estamos alertando para o risco da falta deenergia para atender este crescimento que aí está. Nósentramos com o governo do estado em parceria nesta liminar [queobrigou a Petrobras a normalizar o fornecimento]. E estamosfazendo um levantamento dos prejuízos das empresas paratentarmos propor uma ação de ressarcimento pelosprejuízos sofridos", disse.A Firjan informou queos setores mais afetados com a redução do fornecimentode gás foram os de vidro, siderurgia, químico epetroquímico.De acordo com aentidade, o gás natural representa cerca de 25% do consumoenergético da indústria fluminense. Informou ainda quea redução do fornecimento do gás em 17% podesignificar um prejuízo de R$ 19,6 milhões na produçãopor cada dia sem o fornecimento do volume necessário de gáspara o setor.