Pesquisadores pedem urgência para políticas que atenuem efeito estufa

26/10/2007 - 17h23

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pesquisadoresbrasileiros defenderam hoje (26) a adoção rápidade políticas públicas de mitigação degases de efeito estufa no país, durante o primeiro encontro doPainel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC, na siglaem inglês) na América Latina."O Brasil deve terum plano de ação de mudanças climáticas,independente de metas [de redução de emissõesde gases de efeito estufa no âmbito do Protocolo de Quioto],que é questão de política externa",defendeu o secretário executivo do Fórum Brasileiro deMudanças Climáticas, professor Luiz Pinguelli Rosa."Temos quetrabalhar em modelos que possam ser replicados para estimulariniciativas internas, independentemente de adesão ou nãoa metas", acrescentou o secretário executivo do FórumPaulista de Mudanças Climáticas de São Paulo,Fábio Feldman.Ele citoualternativas adotadas na capital paulistana, como o estímulo àprática da carona, para reduzir a frota de veículos nasruas – um dos principais fatores de emissão de gases deefeito estufa em São Paulo – e a criação demecanismos para viabilizar a sustentabilidade em empreendimentos daconstrução civil.A pesquisadora DianaUrge-Vorsatz, integrante do IPCC, apresentou estudos sobre opotencial de mitigação em construções,com medidas de eficiência energética. Entretanto,segundo a pesquisadora, a adoção dessas medidas aindaesbarra em barreiras financeiras e regulatórias, por exemplo,o que demanda o estabelecimento de políticas para viabilizaresses processos.Na avaliaçãode Feldman, os resultados apresentados pelos relatórios doIPCC, em especial, o último, elevaram "o patamar deconsciência" da sociedade sobre os problemas doaquecimento global. "O desafio agora é saber como vamosconseguir traduzir essa consciência em políticaspúblicas", ponderou.Além deintegrantes do IPCC, o evento internacional, realizado pelaSecretaria de Estado e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e pelaCompanhia Vale do Rio Doce, reúne cerca de 250 ambientalistaspara debater as recentes conclusões sobre o aquecimento globale seus impactos.