Meirelles descarta relação entre saída de diretores e decisão do Copom

26/10/2007 - 20h30

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente do Banco Central, Henrique Meirelles, descartou, ementrevista coletiva hoje (26), qualquer relação entre o afastamento de doismembros de sua diretoria e a decisão do Comitê de Política Monetária(Copom) de frear a trajetória de redução da taxa básica de juros. Emsua última reunião, o Copom manteve a taxa em 11,25%,interrompendo o processo de cortes iniciado em setembro de 2005."Nãofoi o caso", afirmou Meirelles, diante das perguntas de jornalistas sobrepossíveis discordâncias dos diretores Paulo Sérgio Cavalheiro e PauloVieira da Cunha, que deixam a diretoria deFiscalização e a de Assuntos Internacionais, respectivamente.

SegundoMeirelles, as demissões tiveram caráter pessoal e fazem parte de umamudança rotineira. "É parte do processo normal de evolução dosprofissionais", disse, ao comentar que desde que assumiu a presidência do Banco Central foram 14 as substituições.

Nocaso de Cavalheiro, Meirelles informou que ele tem 31 anos de Banco Central, cinco dos quais na diretoria, "e concluiuque agora é o momento de perseguir novas experiências profissionais". Segundo o presidente, após cumprir a quarentena, Cavalheiropartirá para o mercado de trabalho.

JáPaulo Vieira da Cunha voltará para os Estados Unidos por exigênciasfamiliares: "Como a família não pode se mudar para o Brasil, ele decidiu que depois de dois anos já era hora de voltar ao convíviofamiliar".

Meirelles agradeceu a colaboração dos dois diretores que saem e também elogiou os três nomes que encaminhará ao presidente Luiz InácioLula da Silva para compor a diretoria. Maria Celina BerardinelliArraes, indicada para a diretoria de Assuntos Internacionais; AlvirAlberto Hoffmann, para a de Fiscalização; e Antherode Moraes Meirelles, para a de Administração, que estava vaga, são funcionários de carreira do Banco Central, com "vasta experiência" em suas respectivas áreas, segundo Meirelles.

Maria Celina atuava como coordenadora de Planejamento e GestãoEstratégica no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(Pnud). No Banco Central ocupou, entre outros, o cargode secretária-executiva. Também foi assessora do diretor executivo doFundo Monetário Internacional (FMI), pelo Brasil.

Hoffmannchega de Washington (EUA), onde trabalhava como especialista do setorfinanceiro no FMI. É funcionário do BC desde 1978.E Meirelles,com quem o presidente do Banco Central frisou não ter parentesco, éfuncionário da instituição desde 1994. Atualmente, ocupa o cargo de gerente regional em Belo Horizonte.